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Dados recentes não contribuíram para “confiança” do Fed na desinflação, mostra ata

O Fed aumentou sua taxa de juros em 5,25 pontos percentuais desde março de 2022 para combater o aumento das pressões de preços

por Reuters
3 min leitura
(Imagem: REUTERS/Sarah Silbiger)

Autoridades do Federal Reserve estavam preocupadas no mês passado com a possibilidade de o progresso da inflação ter estagnado e de ser necessário um período mais longo de política monetária restritiva para controlar o ritmo dos aumentos de preços, de acordo com a ata da reunião de 19 e 20 de março do banco central dos Estados Unidos, em que os formuladores de política monetária mantiveram um cenário base prevendo três cortes na taxa básica de juros em 2024.

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“De modo geral, os participantes destacaram sua incerteza quanto à persistência da inflação elevada e expressaram a opinião de que dados recentes não haviam aumentado sua confiança de que a inflação esteja se movendo de forma sustentável para 2%”, disse a ata da reunião, percepção que pode ter sido reforçada pelos dados divulgados nesta quarta-feira mostrando outro salto surpreendente na inflação.

As autoridades do Fed estão debatendo se o maior risco é que a política monetária permaneça muito apertada por muito tempo ou que o Fed corte os juros muito cedo e não consiga fazer com que a inflação retorne à sua meta de 2%.

Algumas autoridades continuaram a argumentar que itens importantes, como a inflação imobiliária, começariam a desacelerar, com “vários” dizendo que os aumentos na produtividade poderiam permitir que o crescimento siga forte enquanto a inflação continua a cair.

No entanto, a ata reflete uma preocupação geral sobre a situação de uma luta contra a inflação que parecia estar bem controlada no início do ano.

“Os participantes destacaram os indicadores que apontam para um forte impulso econômico e leituras decepcionantes sobre a inflação nos últimos meses”, reiterando que precisariam de mais confiança na continuidade da desinflação antes de cortar os juros, segundo a ata.

“Algumas” autoridades disseram que havia riscos de que a política monetária do Fed fosse “menos restritiva do que o desejado, o que poderia aumentar o ímpeto da demanda agregada e pressionar a inflação para cima”, disse a ata — o tipo de lógica que poderia ser usada para defender outro aumento dos custos de empréstimos.

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O Fed aumentou sua taxa de juros em 5,25 pontos percentuais desde março de 2022 para combater o aumento das pressões de preços.

Os dados do índice de preços ao consumidor norte-americano divulgados nesta quarta-feira minaram ainda mais qualquer certeza sobre o declínio da inflação.

O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços acelerou para uma taxa anual de 3,5% em março, de 3,2% em fevereiro, e uma medida separada do “núcleo”, que exclui os preços de alimentos e energia, estagnou em 3,8%.

Os formuladores de política monetária do Fed estão debatendo quando reduzir a taxa de juros de referência “overnight” do banco central da atual faixa de 5,25% a 5,50%, onde se encontra desde julho do ano passado. Eles se reunirão em 30 de abril a 1º de maio.

Após a divulgação dos dados mais recentes do índice, investidores aumentaram suas apostas sobre o momento de um corte inicial da taxa básica para setembro em relação a junho.

A ata também mostrou que a grande maioria das autoridades do Fed julgou que seria prudente desacelerar o ritmo de redução dos Treasuries e dos títulos lastreados em hipotecas detidos pelo banco central “em breve”.

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