Os dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (29) mostram que a dívida líquida do setor público (DLSP) fechou outubro em 62,1% do PIB, representando R$ 7,1 trilhões. Esse valor reflete uma redução de 0,2 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior, influenciada principalmente pela desvalorização cambial de 6,1%, que teve impacto positivo na redução da dívida líquida.
Por outro lado, a dívida bruta do governo geral (DBGG) alcançou 78,6% do PIB, ou R$ 9 trilhões, um aumento de 0,4 p.p. em relação a setembro. O crescimento da dívida bruta foi impulsionado pelos juros nominais apropriados (+0,7 p.p.) e pelo efeito da desvalorização cambial (+0,3 p.p.), enquanto o crescimento do PIB nominal ajudou a aliviar parcialmente a relação.
Indicadores fiscais
O setor público consolidado registrou em outubro um superávit primário de R$ 36,9 bilhões, acima dos R$ 14,8 bilhões registrados no mesmo período de 2023. No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit primário caiu para 1,95% do PIB, frente a 2,16% no mês anterior.
Apesar do desempenho positivo no resultado primário, o resultado nominal (que inclui os juros da dívida) apresentou um déficit de R$ 74,7 bilhões no mês, muito acima dos R$ 53,767 bilhões negativos de setembro. Nos últimos 12 meses, o déficit nominal atingiu R$ 1,092 trilhão, ou 9,52% do PIB, refletindo o peso dos juros nominais, que somaram 7,57% do PIB no período.
O mercado esperava um valor negativo de R$ 50,75 bilhões.
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