A dependência do fluxo estrangeiro para o desempenho do Ibovespa (IBOV) cresceu muito nos últimos 12 meses, revela uma análise publicada pela Guide Investimentos nesta quinta-feira (5).
O analista Mateus Haag destaca que para alta correlação positiva para o retorno acumulado do índice em 21 dias (aproximadamente 1 mês) e o fluxo estrangeiro acumulado nos mesmos 21 dias (medido em % do valor negociado na B3).
Historicamente, a correlação entre os dois dados é de ~0,5 (ou 50%). Nos últimos doze meses, essa correlação aumentou para mais de 0,7 (ou 70%).
Ibovespa versus fluxo estrangeiro
“Em nossa visão, isso reflete o baixo fluxo para a indústria de fundos local e a melhora nas condições no cenário internacional: a expectativa de corte de juros nos EUA historicamente levou à saída de recursos dos EUA (e de outros países desenvolvidos) em direção a países emergentes, como o Brasil”, pontua Haag.
Corte pelo Federal Reserve
O mercado financeiro reforçou as apostas de corte menos agressivo, de 25 pontos-base (pb), pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em setembro, após uma sequência de dados de emprego e atividade nos Estados Unidos publicados na manhã desta quinta-feira, 5.
Por volta das 11h50 (de Brasília), a ferramenta de monitoramento do CME Group exibia probabilidade de 63% de uma redução de 25 pontos-base pelo BC americano em setembro.
A chance de um corte mais agressivo, de 50 pb, era estimada em 37%. A expectativa predominante é de corte acumulado de 100 pontos-base em 2024 (40,8%).
As perspectivas oscilaram depois da publicação dos dados dos EUA na manhã de hoje. Mais cedo, investidores reforçaram apostas em corte mais agressivo, fazendo com que as apostas de redução de 50 pontos-base alcançassem 45%, contra 55% de 25 pontos-base.