O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 6,2% no trimestre encerrado em outubro de 2024, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (29). O índice, que está em linha com as expectativas do mercado, representa o menor patamar em 13 anos, refletindo uma recuperação consistente do mercado de trabalho.
A taxa de desocupação caiu significativamente na comparação com o mesmo período de 2023, quando estava em 8,3%. A redução de 2,1 pontos percentuais demonstra a recuperação da economia e a ampliação da oferta de empregos formais e informais em setores estratégicos, como serviços, comércio e construção civil.
O número de pessoas ocupadas também cresceu, acompanhando o aumento na geração de postos de trabalho. Esse avanço, no entanto, ainda ocorre em um cenário marcado pela alta participação do mercado informal, que absorve parte expressiva da força de trabalho.
A menor desocupação da série histórica foi consequência dos recordes no número de pessoas ocupadas no país. São 103,6 milhões de trabalhadores, sendo 53,4 milhões de empregados no setor privado, dos quais 39 milhões tinham carteira assinada e 14,4 milhões eram empregados sem carteira.
O número de empregados no setor público (12,8 milhões) também foi recorde. Com isso, a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando (nível de ocupação) chegou ao maior percentual da série histórica da PNAD Contínua: 58,7%.
Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “a recorrente expansão da ocupação em 2024 tem gerado esses recordes, que ultrapassaram os anteriormente registrados – como no caso do Nível da Ocupação, cujo valor máximo até agora havia ocorrido em 2013 (58,5%)”.
Setores
Os setores de Indústria, Construção e Outros Serviços impulsionaram o recorde de ocupação no trimestre encerrado em outubro. Juntos, esses setores adicionaram 751 mil trabalhadores, respondendo por quase metade do aumento total de 1,6 milhão de ocupados. Destaque para a Construção, que registrou sua maior expansão em 2024. Na comparação anual, sete dos dez setores investigados apresentaram crescimento, enquanto Agricultura (-5,3%) foi o único a registrar queda.
Informalidade
A taxa de informalidade atingiu 38,9%, o maior contingente já registrado, com 40,3 milhões de trabalhadores informais. Apesar disso, ela foi levemente inferior ao mesmo período de 2023 (39,1%). O número recorde de empregados sem carteira assinada impulsionou essa alta, enquanto o trabalho por conta própria manteve estabilidade.
Rendimento
A massa de rendimento dos trabalhadores cresceu 2,4% no trimestre e 7,7% no ano, atingindo R$ 332,6 bilhões, reflexo do aumento da população ocupada. O rendimento médio habitual ficou em R$ 3.255, com alta de 3,9% em relação a 2023, mas sem variação significativa frente ao trimestre anterior.
Veja o relatório do IBGE