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Dia do Trabalhador: Emprego e Renda na Vida Financeira

por Lavínia Martins, CFP®
3 min leitura
dia do trabalho - Dinheirama

No mês em que comemoramos o Dia do Trabalhador, vamos conversar sobre a produção de renda!

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Em maio, comemoramos o Dia do Trabalhador. A data tem muitos significados e, por isso, proponho uma reflexão sobre o tema.

Assim como a tecnologia, o mercado de trabalho também evolui de forma acelerada. Ele exigiu a adaptação das pessoas às novas formas de produção de renda.

Ao mesmo tempo, a legislação também teve que ser adaptada. Afinal, era preciso acomodar as demandas do mundo atual sobre as possíveis formas de produção de renda.

O trabalho e as gerações

Nas gerações passadas, de fato, era muito comum as pessoas trabalharem a vida toda em uma mesma empresa. Isso, principalmente, até os baby boomers, que são as pessoas nascidas entre os anos 1940 e 1960

Muitos acabavam dedicando 30 ou 40 anos de sua vida produtiva à uma mesma atividade, ou a um mesmo ramo de atividade. Portanto, acabavam sendo financeiramente dependentes daquela empresa.

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Já na geração X, das pessoas nascidas entre 1960 e 1980, essa realidade começou a mudar. As pessoas começaram a ter uma carreira com passagens por diversas empresas. Nesse sentido, era comum ficarem um período médio de 5 anos em cada uma delas. 

Neste modelo as pessoas começaram a assumir para si um protagonismo maior no papel de produzir renda. Passaram a mudar de trabalho em busca de novos desafios e um salário maior, mas ainda assim sendo dependentes de um emprego.

Enquanto isso, na geração Y (ou millenials), dos nascidos entre 1980 e 2000, as pessoas desejam um crescimento mais rápido. Tanto do ponto de vista de carreira, quanto na produção de renda.

Isso acelerou as mudanças e a permanência nas empresas passou para uma média de 2 anos. Além disso, a voz do empreendedorismo começou a ecoar mais forte. Muitas pessoas já não querem mais trabalhar para uma empresa.

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Crédito: Pexels

O boom do empreendedorismo

Nos últimos anos, o empreendedorismo cresceu no Brasil. As pessoas passaram a assumir de fato o protagonismo pela produção de sua própria renda. Seja abrindo um negócio formal, ou oferecendo serviços de forma independente.

As pessoas começaram a ser independentes tanto na escolha da atividade de trabalho, quanto na obtenção de um CNPJ e na venda, produção e entrega do produto ou serviço que elas se propõem a fazer.

Isso aconteceu, é claro, não só por uma questão cultural. Estamos, há algum tempo, em meio às diversas crises econômicas que dificultaram o crescimento das empresas. Consequentemente, o número de vagas de trabalho formal, o “emprego”, também caiu.

Empreendedorismo por necessidade

Muito se fala que essa é uma forma de empreendedorismo por necessidade. Ou seja, motivado pela dificuldade de encontrar um emprego e não pela vocação ou desejo de se tornar um empreendedor e empresário.

Mas a grande questão que estamos vivendo no Brasil hoje é a tomada de consciência coletiva de que as empresas nascem através do sonho e do trabalho de empreendedores.

Assim, para que possamos ter um número maior de empregos, precisamos primeiro crescer a base de criação de novas empresas. Dando maior possibilidade para que elas deem certo, a economia volta a crescer.

Por isso é tão importante o crescimento do ecossistema de apoio aos empreendedores. Isso acontece com cursos de formação, seminários, e associações de classe. 

É o começo do fim do CLT?

Estamos vivendo também uma mudança de paradigma em torno do tema “emprego”. Pela primeira vez na história do Brasil estamos percebendo que, sim, é possível produzir renda sem ter um emprego formal CLT.

Muitas pessoas estão migrando para o trabalho autônomo. Seja por desejo próprio ou por incentivo dos antigos empregadores. Passam a ser chefes de si mesmos, aprendendo as dores e as delícias do empreendedorismo solo.

A grande questão dos empreendedores e dos trabalhadores autônomos é aprender a precificar o seu trabalho (colocar preço). Seja esse preço embutido em um produto ou serviço. E também aprender a vender, para conseguir produzir a renda desejada.

O momento que estamos vivendo também traz uma maior compreensão sobre a longevidade da vida. E sobre a possibilidade de mudança de carreira diversas vezes durante a vida produtiva de trabalho.

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Crédito: Pexels

Administração da renda

O que as pessoas precisam prestar atenção e tomar uma atitude hoje é com relação à produção e administração da renda

É preciso garantir que a renda produzida hoje seja capaz de suprir as necessidades do custo de vida hoje, no estilo e padrão de vida desejados, e no período após a aposentadoria.

Ou seja, quando a pessoa deixar de produzir renda através do trabalho, seja por desejo próprio, ou pela perda da capacidade de trabalho imposta pela vida, ela precisa garantir que terá como sustentar a si e à sua família.

Então, a grande questão em torno do tema produção de renda, é como ela acontece durante o período da vida produtiva de trabalho. E depois, como ela acontecerá quando deixarmos de trabalhar.

Isto posto, verificamos a importância de guardar dinheiro e investir regularmente. É preciso aplicar uma parte da renda produzida através do trabalho durante toda a vida produtiva, gerando um patrimônio.

Esse patrimônio deve ser suficiente para, no futuro, cobrir o custo de vida. Isto é, substituir a renda produzida através do trabalho, quando este deixar de existir.

Como garantir a aposentadoria?

É importante que o patrimônio seja construído usando produtos financeiros diversificados. Incluindo não só produtos de investimentos, mas também produtos de seguros, que são as previdências pública e privada.

As previdências têm papéis diferentes na formação do patrimônio e fornecimento de renda no período da aposentadoria.

No Brasil há muito preconceito contra as previdências. Isso porque as pessoas comparam a rentabilidade financeira da previdência com a rentabilidade dos produtos de investimentos. Porém, é preciso entender que os objetivos deles são diferentes.

Previdência não é investimento. A previdência é um seguro de vida, pago em vida. Na verdade, previdência é um seguro de vida misto.

Ela paga o seguro de vida para o beneficiário indicado no caso de morte do segurado. Ou então, paga o seguro de vida em vida caso o segurado esteja vivo no momento da aposentadoria.

Previdência pública ou privada?

A previdência pública (INSS) tem uma série de benefícios. Como o auxílio desemprego, o salário maternidade, auxílio-doença, e pensão por morte, por exemplo. Além da própria aposentadoria, é claro, seja por idade ou por tempo de contribuição. 

Ela é de extrema importância para a faixa da população que tem menor renda. E ajuda na complementação de renda futura para as pessoas que têm maior renda.

Já a previdência privada tem dois principais modelos de fundos. Funcionam no formato PGBL ou VGBL, onde a principal diferença é o modelo de tributação dos produtos. 

Ou seja: elas diferem na base de cálculo do imposto de renda e na possibilidade ou não de diferimento. Lembrando que deferimento é a redução da base de cálculo do imposto de renda anual.

No PGBL, o imposto de renda é cobrado sobre todo o valor investido no fundo (aportes + rendimentos). Ele permite que o participante deduza os aportes anuais do fundo da base de cálculo do imposto de renda anual. 

Já no VGBL, o imposto de renda incide apenas sobre os rendimentos dos investimentos do fundo.

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Crédito: Pexels

Como escolher uma previdência privada?

O modelo PGBL é mais indicado para as pessoas que pagam imposto de renda na fonte. Ou seja, que têm o imposto de renda descontado na folha de pagamento e que fazem a declaração de imposto de renda completa.

Assim, podem aproveitar o benefício do diferimento anual de até 12% da renda investida nos fundos de previdência. Deduzindo então o valor devido ao imposto de renda.

Por outro lado, o modelo VGBL deve ser usado por profissionais autônomos. E também por quem deseja complementar os aportes em produtos de previdência além dos 12% da renda anual já investidos em um PGBL.

As VGBLs também são uma boa opção para quem quer uma previdência complementar fechada. Estamos falando dos fundos patrocinados pelas empresas, que também funcionam no modelo PGBL.

Benefícios da previdência privada:

  1. A isenção do imposto de renda come-cotas que incide semestralmente sobre a carteira dos fundos de renda fixa e multimercados. Ajudando assim a potencializar o crescimento da reserva financeira acumulada nela;
  1. O pagamento do seguro de vida para os beneficiários indicados no caso de morte do participante do fundo durante o período de acumulação. Isto é, enquanto o participante está fazendo depósitos no fundo. Os beneficiários recebem o dinheiro de forma rápida, o valor não entra no inventário e tem a isenção do ITCMD, o imposto sobre a transmissão de bens causa mortis e doações. Portanto, esta é uma forma de transferir liquidez para a família no momento de maior dor e necessidade de apoio da vida. Até que ela consiga se reorganizar com a produção de renda e pagamento das contas do custo de vida, é claro;
  1. Se o participante chegar ao momento de se aposentar, no processo de desinvestimento dos fundos, entre outras opções de saída dos fundos, ele pode escolher o recebimento da renda vitalícia e transferir para a seguradora o risco da sua longevidade. Assim, é possível receber o benefício até o último dia da sua vida, mesmo que ele viva além dos 100 anos de idade. O que já é uma grande realidade hoje, não é mesmo?

Conclusão

Por fim, estamos vivendo um momento em que se faz cada vez mais necessário pensar sobre a produção de renda. Não apenas do ponto de vista do emprego formal CLT, mas como é possível diversificar as fontes de renda.

É importante não depender de apenas uma fonte de renda. Além disso, é bastante vantajoso conseguir aumentar e maximizar a capacidade de produzir dinheiro durante a vida produtiva.

Gostaria de propor um exercício:

  1. Pense sobre qual é o estilo de vida que você gostaria de ter. Quais são as atividades que você gostaria de fazer no seu dia a dia? Quais são os lugares que você gostaria de frequentar no seu dia-a-dia, nos seus fins-de-semana e nas suas férias?;
  1. Quanto custa o estilo de vida dos seus sonhos? O preço do estilo de vida chamamos de “padrão de vida”;
  1. Qual seria a renda necessária hoje para que você possa viver o padrão de vida do estilo de vida dos seus sonhos hoje e no futuro? Lembre que é necessário colocar na conta também a capacidade de poupança. Afinal, você precisa juntar o dinheiro necessário para pagar pelo seu estilo de vida após a sua aposentadoria;
  1. Agora que você já tem o valor que deveria produzir como renda, pense sobre como consegui-la. Quais são as atividades de trabalho que você pode exercer com o conhecimento que você tem hoje, que te farão conseguir ter a renda desejada? Vá atrás dela!
  1. Caso você ache que ainda não consegue produzir a renda desejada hoje, então pense sobre o que você precisa fazer para isso. Como se desenvolver enquanto profissional para conseguir produzir a renda dos seus sonhos? Vá atrás disso também!

Reflexão

Quando assumimos para nós o protagonismo para construir o que desejamos na nossa vida, a vida tem outro sabor. Deixamos a vítima de lado e paramos de culpar o mundo pelos nossos problemas. 

Começamos a perceber que mudar de vida e construir a vida que desejamos para nós está ao nosso alcance. Só depende da nossa dedicação e empenho para fazer as coisas acontecerem! 

Percebemos também que existe vida além do emprego. É possível produzir renda e viver uma vida feliz sem ter um emprego formal, mas sendo dono do próprio emprego e do próprio destino!

Então, diversifique as suas fontes de renda tanto no momento presente quanto no futuro!

Abraço e até a próxima!

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