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Dinheirama Entrevista: Camilo Telles, CEO da Antecipa

por Redação Dinheirama
3 min leitura
Dinheirama Entrevista: Camilo Telles, CEO da Antecipa

No Dinheirama nós adoramos mostrar as tantas possibilidades inovadoras que vêm sido trazidas pelas startups de tecnologia financeira. Desta vez, o papo é com Camilo Telles, CEO da Antecipa.

A fintech opera um marketplace de antecipação de recebíveis entre compradores e fornecedores com foco no caixa do sacado, e reside no Cubo Itaú, um dos maiores epicentros de tecnologia e inovação do Brasil.

Camilo, por sua vez, é mestre em computação e já teve uma empresa de ingressos que realizava eventos como Rock in Rio e Oktoberfest. Foi com ela que conheceu o mercado de recebíveis, já que os antecipava para produtores. “Analisando como funcionava a antecipação, percebi que a negociação era feita diretamente entre comprador e fornecedor e havia uma falha de mercado, pois o valor não era ajustado ao risco do fornecedor, criando um mercado ineficiente ou com vantagem para apenas um dos lados”, conta.

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Confira a entrevista exclusiva para o Dinheirama!

Camilo, você pode falar resumidamente sobre como funciona o mercado de recebíveis no Brasil? Onde entra a Antecipa nisso?

Camilo Telles – Existem uma série de atores nesse mercado. A antecipação de recebíveis de cartão de crédito é algo imenso e parte significante da receita de empresas como Cielo, Stone, PagSeguro etc. Além disso, você tem a ação de bancos, factorings e FIDC´s, ou seja, todos antecipando recebíveis.

A Antecipa, por sua vez, é uma solução criada fora do mercado bancário e não tem intermediários, logo o retorno/desconto financeiro é maior para as duas pontas: compradores e fornecedores.  Funciona assim: o comprador combina com o fornecedor de pagar em 30 a 60 dias, tendo a opção de antecipar o pagamento mediante um desconto comercial. No entanto, no mercado atual, ele tem de escolher uma taxa referencial estática, deixando de analisar as alternativas que o fornecedor teria disponíveis no mercado, assumindo o risco de ofertar um desconto menor, ou seja, ”deixando dinheiro na mesa”.

Vamos supor que a taxa negociada pelo comprador foi de 2,5% para fazer uma determinada antecipação, mas o fornecedor pesquisou e notou que a taxa poderia ser de até 4% em fontes alternativas (por exemplo, um banco).  Logo, a taxa poderia ter sido maior e o comprador poderia ter obtido um retorno superior na operação.

Por outro lado, se, por alguma razão, o fornecedor não aceitar o negócio, o dinheiro acabará parado no banco, rendendo pouco ao mês, ainda mais com a queda da taxa Selic. Com a ferramenta de fixação de preços que a Antecipa lançou, a negociação poderia ter alcançado taxas dinâmicas acima de 3%, por exemplo. Nossa solução sempre permitirá que o comprador (aquele que tem a obrigação de honrar com o pagamento em alguma data futura) tenha retorno acima do CDI, ou seja, ao realizar uma antecipação a uma taxa de 2,5%, isso representaria um desconto de que 300% do CDI pra ele.

Dados do Banco Central mostram que as concessões voltadas para desconto de duplicatas, por exemplo, alcançaram em dezembro do ano passado R$ 30,601 bilhões, uma alta de 121,4% maior do que o computado no mesmo período de 2016, quando foi R$ 13,816 bilhões. Já a antecipação de crédito de faturas de cartão subiu 455% na mesma base de comparação, de R$ 2,384 bilhões para R$ 13,250 bilhões.

Explique melhor as vantagens para uma PME que fornece serviço ou produto usar a Antecipa. E para a empresa compradora? Pode dar um exemplo prático?

C.M.: Com o spread bancário brasileiro sendo um dos mais altos do mundo, sempre é vantajoso a prática de antecipar, pois eliminamos intermediários. A empresa compradora tem o seu caixa disponível, sendo remunerada a 0,5% ao mês em média, ao mesmo tempo que o fornecedor não consegue descontar um recebível com um valor menor que 4,23% segundo dados da Anfac.

Usando a plataforma, o comprador terá uma remuneração média acima de 1% ao mês e o fornecedor um desconto médio abaixo de 3%. Uma das preocupações de tesoureiros e de diretores financeiros das grandes empresas é como aproveitar melhor o dinheiro do caixa. Em tempos de crise econômica e queda acentuada da taxa Selic, as alternativas ficam ainda mais reduzidas.

De que forma os algoritmos da Antecipa promovem as taxas? As empresas são obrigadas a aceitar uma vez que estejam no sistema ou é facultativo?

C.M.: É facultativo. Parte do processo é por meio de um credit score, que é um ranking de pontuação de crédito para medir o risco  da empresa. As melhores taxas são obtidas por conta da eliminação do intermediário.

Qual o perfil dos clientes da Antecipa hoje? Qualquer porte de empresa pode usar?

C.M.: Do lado do comprador, empresas que faturam acima de R$ 300 milhões de reais. Do lado do fornecedor, pequenas empresas do Brasil inteiro, e já antecipamos um recebível de R$ 200,00.

Como você enxerga o mercado de fintechs e seus desafios no Brasil? Acredita que suprem demandas que os bancos e instituições financeiras tradicionais não têm conseguido suprir?

C.M.: Sim. O Brasil tem ainda uma grande concentração bancária e as fintechs estão destrinchando os serviços dos bancos e ofertando-os de forma mais eficiente. Podemos buscar um crédito de pessoa física, por exemplo, e isso gera uma descontração do sistema bancário, mais dinamização e flexibilidade, assim como melhores serviços e melhores taxas.  O spread bancário brasileiro é um dos maiores do mundo e ganha de países como Paraguai, Peru, Argentina, Austrália, África do Sul, México e Japão.

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