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Dinheirama Entrevista: Carlos Augusto Lippel, fundador do Clube do Pai Rico

por Conrado Navarro
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Dinheirama Entrevista: Carlos Augusto Lippel, fundador do Clube do Pai RicoAqui no Dinheirama sempre fizemos questão de ressaltar que o mais importante é você, leitor, especialmente porque chegou até aqui buscando conhecimento específico e dedicando parte de seu tempo para a relevante atividade de dar atenção ao seu bolso. O mérito é todo seu. Com muito orgulho agimos como facilitadores deste processo de aprendizado. Publicamos artigos, opiniões e sugestões com o objetivo de provocá-lo – e assim chamar sua atenção para a educação financeira.

Felizmente, somos apenas parte de um movimento muito forte. Tive a oportunidade de conversar com um dos pioneiros da educação financeira on-line, Carlos Augusto Lippel. Ele que é Engenheiro Eletricista de formação e de profissão, “viciado” em finanças desde pequeno e já viu e viveu muita coisa no mercado financeiro. Criou o www.ClubedoPaiRico.com.br para dividir entre seus amigos, pessoais e da universidade, os seus conhecimentos em finanças.

Carlos Augusto criou o que, para nós, é um dos melhores fóruns de finanças pessoais e investimentos da Internet brasileira. O pequeno grupo de amigos cresceu e hoje já ultrapassa a marca de 120.000 participantes, que dividem suas dúvidas e experiências mensalmente com os outros membros do Clube do Pai Rico. Seu pioneirismo merece destaque. Falamos sobre isso e muito mais, confira:

Carlos Augusto, como você vê a realidade da Internet brasileira quando o assunto é educação financeira e aprendizado relacionado a finanças pessoais, economia e investimentos? Já somos bons nisso? Há muito a ser feito?

Carlos Augusto Lippel: Antes de mais nada, muito obrigado pelo convite para participar desta entrevista. Somente falando sobre o tema é que conseguiremos tirar o véu de “mistério” que cobre o assunto finanças e investimentos. Acho que o que falei já mostra um pouco do que eu penso sobre a nossa realidade, a nossa situação atual, não é mesmo?

Fico muito triste ao ver como a grande maioria da população ocupa seu tempo de navegação na Internet. Na maioria das vezes, o tempo é gasto somente com besteiras, nada que possa acrescentar algo a elas, nada produtivo. Pode perguntar e vai constatar isso: 99% (ok, estou exagerando!) dirá que usa apenas para acessar o Facebook, o MSN e o Orkut. Uma pena!

Temos visto muitas iniciativas, muito boas, no campo da Educação Financeira. Muito material de qualidade vem sendo publicado. A cada dia tenho visto que mais e mais entusiastas da causa vêm se apresentando ao grande público através da Internet. Porém, a concorrência com as tais “preferências” é completamente injusta, infelizmente. Claro que isso não é a regra.

Existem tanto pessoas que investem seu tempo na web com consultas de qualidade, quanto pessoas que se aproveitam do “boom” das finanças para ganhar algum dinheiro extra criando material de baixa qualidade e dando conselhos/orientações que deixam muito a desejar – isso quando não criam, com segundas intenções, material única e exclusivamente para se aproveitar do baixo nível de conhecimento dos que vão atrás de material de estudo/dicas/conselhos. É preciso filtrar.

Não é novidade que os brasileiros investem pouco (pouca formação de poupança) e quase não se preocupam com o planejamento financeiro. Essa cultura pode ser transformada também com o apoio da Internet? Como?

C.A.L.: Eu acho que sim. Quanto mais bons exemplos forem dados, quanto mais pessoas mostrarem o lado bom de se educar financeiramente, melhor. Gosto muito dos exemplos compartilhados: quanto mais explícitos forem os casos de pessoas em que a poupança (ou o colchão de segurança) foi importante para ajudar em uma enrascada, mais a população verá as vantagens de vir para esse lado do “jogo”.

Somente conversando, vendo bons exemplos, dividindo suas experiências é que a coisa poderá mudar. Vai dizer que não é a melhor coisa do dia quando você recebe um e-mail de um visitante falando sobre como o seu site o ajudou a mudar? Que vendo as coisas ali publicadas ele conseguiu ver que havia uma solução para esse problema. Quando isso acontece comigo, vejo o quão importante é a existência de sites como o Dinheirama e o Clube do Pai Rico. É gratificante fazer parte desse movimento.

O desafio parece ser também atrair cada vez mais cidadãos para as “rodas de papo” sobre economia e finanças na Internet. O assunto é visto como técnico e “chato” por muitas pessoas. Na sua opinião, o que os veículos, sites e blogs precisam fazer para tornar o tema mais acessível?

C.A.L.: Foi como eu disse antes: as pessoas só encontram tempo para dedicar sua atenção ao lado “besteira” da web. Não que isso não seja importante, mas não pode ser o que ocupa 100% de sua navegação.

O que nós devemos fazer? Insistir na criação de conteúdo de qualidade, tentando sempre discutir assuntos que envolvam coisas do dia a dia com uma linguagem simples, direta. Mostrar casos reais e experiências próprias ajuda a quebrar a barreira. Ficar de “blá-blá-blá”, apresentando apenas o lado teórico da coisa, não ajudou e nunca vai ajudar.

Acredito muito também em criar um ambiente que incentive a troca de experiências. É importante que o visitante sinta-se “em casa” e compartilhe o espaço com mais amigos e familiares. Isso é fundamental para trazer mais gente para o nosso “time”. ;)

Muitos jovens entram em contato conosco buscando conhecimento específico sobre investimentos e as maneiras mais rápidas de acumular muito dinheiro. O desejo entra em conflito com o consumismo, também muito presente entre este perfil. O que fazer?

C.A.L.: Na verdade, eles não querem conhecimento, nem específico nem generalizado; eles querem mágica. Querem algo que seja imediato, sem riscos e que não exija estudo, nem tampouco dedicação. Não existe nada assim, é claro. Mas, felizmente, confesso que tenho visto uma mudança nesse comportamento. Quando o Clube do Pai Rico surgiu, no início dos anos 2000, esse perfil de visitante era bem mais comum do que hoje. Ainda bem!

Ah, o consumismo, tão necessário, tão desejado, mas provavelmente o maior culpado pela situação financeira da grande parcela que está afundada em dívidas. Acredito que somente trazendo a Educação Financeira para o início de nossas jornadas – ou seja, quando ainda somos crianças – é que conseguiremos equilibrar a equação. Somente mostrando os benefícios de adiarmos o consumo é que poderemos mostrar que existem opções. Opções que trazem muitas vantagens!

Sua experiência com o Clube do Pai Rico, uma das referências em fóruns de discussão sobre educação financeira, também contribuiu para mudar suas decisões econômicas?

C.A.L.: Certamente! São tantas histórias, tantos acontecimentos, tanto conhecimento que já foi dividido entre os membros do Clube que seria impossível eu não ser “contaminado”. Essa é a graça da vida: aprender a cada dia. Aprender enquanto “ensinamos” é melhor ainda. Ver que nada sabemos e temos muito a aprender. E fica melhor quando encontramos outras pessoas que encaram as coisas dessa mesma maneira.

E em relação aos frequentadores do fórum, qual a história envolvendo seus leitores e participantes mais lhe chamou a atenção? O aspecto colaborativo foi decisivo para o desfecho da história?

C.A.L.: Olha, são tantas que seria errado eu usar alguma delas como exemplo. Poderia ser injusto. Quem não gosta de uma história que termina com um final feliz? A participação do grupo é sempre importante. Sempre surge alguém que teve uma experiência parecida, que pode apresentar um atalho para a solução daquele problema, um segundo ponto de vista para uma ocorrência, uma opinião isenta para esclarecer uma ideia. Considero isso fundamental!

Muito obrigado pela disponibilidade em nos atender e parabéns pelo seu sucesso. Por favor deixe uma mensagem final aos nossos leitores.

C.A.L.: Mais uma vez, quem agradece sou eu. Sobre o sucesso, sei que ele não é meu. Lembre-se que é o Clube do Pai Rico, portanto o sucesso é de cada um de seus membros. Uma frase para encerrar? Para se obter o sucesso financeiro só é preciso seguir algumas poucas regras, uma das mais importantes é: ganhe mais do que você gasta. Parece ser uma coisa boba, mas reflita e veja que esconde um segredo bem interessante.

Foto: divulgação.

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