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Dinheirama Entrevista: Daniel Toledo, sócio-fundador da Loyalty Miami

por Janaína Gimael
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Dinheirama Entrevista: Daniel Toledo, sócio-fundador da Loyalti Miami

Se no Brasil o cenário de incertezas tem feito muita gente pensar até em mudar de país, em Miami, Daniel Toledo, advogado especialista em Direito Internacional, trabalha a todo vapor em virtude do crescimento da Loyalty Miami, consultoria que ele criou e que auxilia outras empresas a tornarem seus negócios internacionais, especialmente nos Estados Unidos.

O empresário de 43 anos, que trabalha desde os 13, tem uma meta agressiva de crescimento para 2018: 70%. E o segredo para o sucesso parece ser, entre outros pontos, dedicação extrema a tudo que faz.

“Comecei como office boy, passei para carteiro, auxiliar de almoxarifado, coordenador de limpeza, auxiliar de escritório, etc. Conheço cada um dos departamentos e sei executar cada um destes trabalhos! E até hoje meus funcionários me pegam fazendo estas pequenas coisas… e eu faço justamente para que eles vejam que eu sou capaz de fazer o trabalho melhor do que eles. Acho que este é o espírito de liderança. Quando alguém consegue fazer algo melhor do que o diretor é sinal de que o diretor precisa rever seus conceitos e se reciclar”, opina.

Confira a entrevista exclusiva para o Dinheirama e entenda um pouco mais sobre empreender nos Estados Unidos!

Daniel, pode contar um pouco sobre sua trajetória e know how até chegar onde está hoje?

Daniel Toledo: Trabalho desde os 13 anos e aos 18 resolvi sair de casa. Minha família tinha uma condição financeira muito boa, mas meu pai sempre foi muito rígido e apesar de ter me dado um apartamento para começar minha vida, a partir do momento que sai de casa, todas as contas eram pagas com meu trabalho. Quando me formei, conversei com meu pai e lhe pedi que bancasse meus estudos nos EUA por 2 anos porque eu queria aprender a língua e estudar.

Com 22 anos criei minha primeira importadora e trazia peças de carros da China. E aos 23 abri minha primeira advocacia. Depois de 5 anos vendi minha importadora para meu concorrente e usei o dinheiro para investir em meu escritório. Aos 28 anos, meu pai faleceu e a família dele tem uma rede de Universidades no interior. Tive a ilusão de que poderia reestruturar o negócio e fazer crescer o sonho do meu avô. Fui diretor Juridico por quase 7 anos, mas infelizmente negócios familiares envolvem muito mais do que administração e resultados. Optei por não fazer parte daquilo e me afastei.

Como em 2008 já tinha aberto uma empresa nos EUA para importar para o Brasil alguns artigos esportivos, eu tinha que ir e vir com muita frequência e, numa destas viagens, meu filho que na época tinha 5 anos, me pediu para ficar. Estruturei tudo e nos mudamos.  Desde que nasci, convivi todos os dias com empresários, investidores e desenvolvedores de projetos. Com 43 anos, não me recordo um único dia que estive fora deste meio empresarial e não me vejo fazendo algo diferente.

Como foi o processo de criação da Loyalty Miami, há quanto tempo existe a empresa, e qual o perfil dos principais clientes?

D.A.: A Loyalty existe há 13 anos. Na verdade, talvez um pouco mais se formos contar o tempo em que eu já prestava consultoria para implantação de negócios nos EUA. Há três perfis principais de clientes: 1º) família, classe média alta e superior, cansados e descrentes do Brasil, buscando um novo mercado para expansão e crescimento dos negócios, e principalmente fugindo da violência; 2º) empresário ou empreendedor buscando novos mercados para seus produtos ou negócios; e 3º) investidor buscando rentabilidade em moeda estável, com a segurança de uma economia mais forte e em locais de crescimento contínuo.

Você tem notado um aumento no número de brasileiros que procuram possibilidades de imigração?         

D.A.: Sim! Há 2 anos tínhamos um perfil mais homogêneo de clientes. Geralmente eram as famílias de classe média alta e alta, buscando melhores perspectivas para os filhos e segurança. Hoje temos um número imenso de pessoas “desesperadas”, sem perfil, fabricando condições para sumir do Brasil. A maior reclamação é…  “O Brasil está um caos. Não aguento mais ter medo de sair de casa, de comprar um telefone, de levar meu filho no shopping. Não aguento mais viver trancado. Não aguento mais ser roubado pelo governo e ficar calado.”

Qual o primeiro passo para quem pensa em abrir um negócio nos Estados Unidos? 

D.A.: O primeiro passo é contratar um profissional. Há diversas pessoas que vendem “assessorias”, mas nunca sequer estudaram para isto, não conhecem leis, não conhecem economia e nunca sequer colocaram seus pés na diretoria de uma empresa para saber como as coisas funcionam. Eu passo uma imagem muito realista no Youtube de que não gosto E não tolero jeitinho. Então, muitos dos meus clientes já sabem que não haverá “esquema” e nem ousam tocar no assunto. Então, sem dúvida, o primeiro passo é contatar um profissional sério e principalmente experiente.

Quais os melhores tipos de negócios para se abrir nos Estados Unidos hoje?

D.A.: Eu não acredito que haja um business ideal para todos. Eu acredito que cada pessoa tem um perfil distinto e que cabe ao profissional que ela contratar, ter experiência e sensibilidade suficientes para conduzir o cliente na escolha de algo que mais se adapte ao seu perfil. Tem gente que ama estar de segunda a segunda num comércio… tem outros que querem algo menos exaustivo… tem gente que gosta de cozinhar… outros preferem mesas e escritórios. EUA particularmente é um país muito, mas muito consumista. Tudo o que for bem montado, bem planejado, no lugar certo, certamente dará bons resultados.

Quais as principais diferenças (positivas e/ou negativas) entre empreender no Brasil e nos Estados Unidos?

D.A.: Tudo é diferente. O que mais pesa é sem duvida a facilidade em abrir um negócio aqui, a tributação mais baixa e mais simples e os incentivos para o empresário. Mas podemos falar também da legislação trabalhista, dos acessos a créditos, da politica de proteção as empresas do Governo, etc..

Com relação à qualidade de vida, o que você poderia contar para quem está pensando na ideia de empreender fora?

D.A.: Esta é uma das minhas maiores dividas com os EUA. Eu pago todos os meus impostos e me sinto orgulhoso disso. Meu filho joga em um dos melhores times profissionais dos EUA, estuda numa escola fantástica e nós podemos sair a qualquer hora na rua, com um rolex no pulso e um telefone novinho na mão… ninguém sequer vai olhar. Eu não vivia isto no Brasil. Não permitiam meu filho jogar até os 12 anos por causa de uma regra ignorante da CBB e do Conselho de Ed. Fisica. Os impostos no Brasil quase me matavam e eu acordava todos os dias pensando que meus empregados iriam me processar.

Além de Estados Unidos, a Loyalty atende outras localidades? Há alguns países com boas oportunidades que você gostaria de citar?

D.A.: Sim. Estou indo para a Islandia nesta semana porque tenho percebido grandes oportunidades de negócios por lá e resolvi conferir pessoalmente. Mas a Loyalty tem escritórios em Portugal e Espanha, em breve Inglaterra e Austrália. O empresário precisa se globalizar ! Ele precisa abrir sua cabeça e entender que o mundo é enorme e muitas oportunidades estão ali… esperando para serem descobertas. Nosso trabalho é fazer este link ! Treinar este profissional e colocá-lo no mercado que melhor aceitar suas características.

Finalmente, quais as expectativas para a Loyalty Miami para este ano? Como vê a empresa e o modelo de consultoria que vocês prestam?

D.A.: Crescemos muito em 2017. Muito mais do que eu imaginei e do que eu estava preparado. Para 2018, estamos com os dois novos offices de Lisboa e Barcelona. A quantidade de brasileiros que buscam expansão de seus negócios é muito grande e, neste momento de crise, parece que os empresários perceberam que não podem mais ficar na dependência de um único mercado. E acredito que 2018 e 2019 serão anos difíceis para o brasileiro (ainda mais difíceis) e que muitos vão partir ou investir seu dinheiro fora do caos.

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