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Dinheirama Entrevista: Marco Gomes, fundador da boo-box

por Ricardo Pereira
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Dinheirama Entrevista: Marco Gomes, fundador da boo-boxHistórias inspiradoras são ideais para o momento que vivemos. O ano de 2012 já está chegando e, como não poderia deixar de ser, com ele chegam a esperança e o desejo de um ano mais completo, rico e recheado de felicidade, realizações e alegria. Mas não podemos esquecer que histórias de sucesso também são feitas de desafios, disciplina e muita persistência. Os leitores que aspiram empreender e cuidar do próprio negócio sabem muito bem do que estamos falando.

Inspiração e muito trabalho! É isso que queremos trazer a você com o papo de hoje, com Marco Gomes, fundador e executivo da boo-box, empresa de tecnologia para publicidade com operações no Brasil e América Latina. A empresa fundada por Marco quando ele tinha apenas 20 anos, exibe cerca de 3 bilhões de anúncios em mais de 200 mil sites e blogs.

Marco, que teve uma infância bastante dura em Gama, cidade-satélite no Distrito Federal, abandonou o curso de computação na Universidade de Brasília depois de três anos e resolveu correr atrás de seu sonho em São Paulo. A boo-box hoje é uma referência quando se fala de empreendedorismo digital no Brasil. E com a humildade característica de um grande empreendedor, Marco nos conta mais sobre esse feito. Aprenda com ele:

Marco, você abandonou a universidade e mudou-se de cidade para correr atrás dos seus sonhos de empreendedor. Foi difícil tomar essas decisões? O que levou em conta e como atravessou esse processo?

Marco Gomes: Fácil nunca foi, mas posso dizer que foi natural. Eu tinha um objetivo claro e minha melhor chance era estar em São Paulo, próximo dos clientes, investidores e parceiros. Na minha cabeça era muito simples: ou saía do DF para tentar fazer a empresa em São Paulo ou continuava com a mesma vida por lá. Eu quis tentar, até agora tem dado certo.

Você é um dos exemplos mais marcantes de sucesso da Internet brasileira. Olhando um pouco para trás, como surgiu a ideia para criar a boo-box? Aconteceram mudanças de modelo de negócio durante o planejamento e desenvolvimento da empresa?

M. G.: Mudamos muito, no empreendedorismo chamamos isso de pivot. Há até um neologismo em português, dizemos que “pivotamos muito”. Em 2007, antes de abordar o mercado, nosso palpite era que o mercado principal seria o de e-commerce, intermediando a venda de produtos relacionados ao conteúdo dos blogs.

Durante 2008, ouvindo o mercado, percebemos que a tração com agências de publicidade era muito maior; era imenso o interesse dos publicitários em fazer anúncios nos blogs e redes sociais. Aproveitamos o interesse, adaptamos o produto para campanhas de publicidade e lançamos em 2009 o sistema de publicidade para mídias sociais.

Hoje o sistema de publicidade da boo-box é usado em 280 mil sites, apresenta anúncios de centenas de anunciantes para 65 milhões de pessoas no Brasil, mensalmente, e agora está sendo expandido para o restante da América Latina.

Em uma recente entrevista você diz que aprendeu a lidar com o risco e que hoje não se assusta facilmente com qualquer situação. Em sua opinião, olhando o desenvolvimento econômico do Brasil e tudo as promessas do mercado de Internet, agora é o momento certo para arriscar?

M. G.: Em uma análise macro sim, o Brasil está em um momento incrível e a atenção internacional voltada para nós. É fácil conseguir reuniões com investidores brasileiros, europeus e americanos, e vemos mais de um anúncio de investimento por semana em startups de tecnologia e internet.

Mas, é claro que cada pessoa é diferente e tem questões pessoais que precisa analisar muito bem antes de “se jogar”. Muita gente diz que empreendedorismo é como montar um avião em queda livre, mas antes de se jogar na queda você precisa ter segurança que tem o conhecimento e as peças necessárias.

Como não poderia ser diferente, você lidou no início com algumas dificuldades, mas encontrou no momento certo a oportunidade de contar com o investimento do fundo Monashees. Como deve ser a aproximação de alguém que tenha um grande projeto junto aos investidores e o que eles levam em conta na hora de decidir ou não em investir?

M. G.: O investidor vai avaliar alguns elementos:

  • Seu brilho no olho;
  • O tamanho do mercado que você pretende abordar;
  • Seu conhecimento do mercado;
  • Seu protótipo;
  • A qualidade do seu trabalho passado;
  • Seu histórico e passado profissional.

Falo mais sobre isso no meu blog, nos textos “O que é Venture Capital e como sua empresa pode receber investimento” e “Como criar uma startup de serviço na Internet”.

Nesse ano, quem teve a oportunidade de acompanhar a boo-box percebeu o crescimento e a presença de pessoas com experiência para compor a equipe da empresa, como é o caso do amigo Edney Souza (ou Interney). Vocês também concordam que o trunfo de uma startup é sua equipe? Pode falar mais sobre isso?

M. G.: É importante você estar cercado dos profissionais mais competentes do mercado. Criar uma empresa a partir do zero e ser bem sucedido em um mercado competitivo exige muita energia, conhecimento e dedicação. Sempre recomendo que os empreendedores estejam próximos dos melhores profissionais do mercado em que estão atuando, se possível trazendo-os para o time como conselheiros ou até executivos e acionistas.

Na boo-box, fizemos isso desde o princípio. Logo no início da empresa, nós convidamos o Edney Souza para ser nosso conselheiro de Publishers, recebendo seu feedback periodicamente e tendo-o como um evangelista entre os produtores de conteúdo. Em 2011, ele se juntou ao time de executivos no dia-a-dia da boo-box como VP de Publishers.

Temos também proximidade com Anibal Messa, investidor inicial do BuscaPé e um dos mais experientes venture capitalists do Brasil. Até o final de 2010, éramos 3 executivos na boo-box; em 2011, trouxemos mais 4 executivos, totalizando 7 profissionais altamente capacitados no comando da empresa, inclusive através da incorporação da empresa argentina Popego. (os detalhes estão no site da holding, Grupo 42). Com isso, nós estamos com uma taxa de crescimento de mais de 6 vezes ao ano.

O que dizer aos jovens leitores que buscam inspiração em histórias como a sua e que desejam também empreender e fundar suas startups? Quais são as fases críticas? Há uma hora certa para profissionalizar a gestão?

M. G.: Tenha coragem e inteligência para mudar, muito e rápido. Veja as oportunidades pairando no ar (há muitas). Lembre-se que não é o mais forte que sobrevive, mas o mais adaptado às mudanças. Profissionalize a gestão o quanto antes! No empreendedorismo de alto impacto não há excesso de profissionalismo – lembrando que profissionalismo é diferente de burocracia.

Marco, obrigado pela entrevista e parabéns pelo sucesso à frente da boo-box. Por favor, deixe uma mensagem final de incentivo aos nossos leitores.

M. G.: Não se prenda em desculpas. Se você tentar, em cinco anos vai ter uma história, de sucesso ou de fracasso. Se você não fizer “porque não tem dinheiro”, “não está no lugar certo”, “não tem a formação necessária”, “não tem sócio” ou porque “não sabe programar”, por exemplo, daqui cinco anos vai continuar tendo só uma desculpa.

Agradeço imensamente a oportunidade, estou honrado em participar, afinal acompanho o site desde os primeiros posts. Fico muito feliz também em ser parceiro há tantos anos. O Dinheirama – com seu conteúdo segmentado e de alta qualidade – está sempre em minhas apresentações de melhores cases de uso da boo-box. Um exemplo para todos que querem produzir conteúdo profissionalmente no Brasil. Parabéns!

Crédito das fotos: divulgação.

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