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Dinheirama Entrevista: Sandro Reiss, CEO da Geru, fintech de crédito

por Janaína Gimael
3 min leitura
Dinheirama Entrevista: Sandro Reiss, CEO da Geru, fintech de crédito

Uma pesquisa recente realizada pela Fiesp contou com a participação de 400 indústrias do estado de São Paulo e mostrou que 54,8 delas nunca tinham ouvido falar sobre fintechs, dá para acreditar? Por essa razão, aqui no Dinheirama procuramos mostrar aos leitores todas as possibilidades que este novo mercado oferece.

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Segundo Sylvio Gomide, diretor titular do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria e do Acelera Fiesp, há espaço para crescimento do uso destes serviços, “já que a principal motivação das empresas que nunca buscaram crédito ou utilizaram outros serviços financeiros fora do sistema bancário tradicional é a falta de conhecimento, caso de 42,4% dos entrevistados”, disse.

Para ajudar a diminuir esta falta de conhecimento, continuamos a apresentar as fintechs e startups em ação no mercado brasileiro! Desta vez, conversamos com Sandro Reiss, CEO da Geru, fintech lançada em 2015 com o propósito de ampliar o acesso ao crédito no país através de uma plataforma online.

“As fintechs estão acelerando o processo de mudança tecnológica no setor financeiro como um todo. No ambiente de crédito, isso significa que surgem opções para os tomadores de crédito onde eles estão no centro da decisão, ou seja, o cliente ganha liberdade, porque não precisa mais contratar crédito no banco em que é correntista, podendo escolher a opção que melhor lhe atende”. Confira!

Pode nos contar um pouco sobre sua formação e trajetória até chegar aqui?

Sandro Reis: Sou economista formado pela Unicamp e já trabalhei com muitas coisas diferentes.

Nos últimos anos, antes de fundar a Geru, trabalhei na montagem de três empresas, a ERSA (hoje CPFL Energias Renováveis), a Geo Eventos e a BR Towers. Em 2013, decidi empreender e me juntei aos dois cofundadores da Geru, Tomás Corrêa e Karin Thies, para lançar a plataforma.

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A Geru é uma fintech da área de crédito. Poderia dizer como avalia a importância das fintechs para o mercado brasileiro hoje?

S.R.: As fintechs estão acelerando o processo de mudança tecnológica no setor financeiro como um todo. De forma geral são operações enxutas, focadas no cliente e com modelos de negócios fortemente baseados em automação e inteligência de dados.

No ambiente de crédito, isso significa que surgem opções para os tomadores de crédito onde eles estão no centro da decisão, ou seja, o cliente ganha liberdade, porque não precisa mais contratar crédito no banco em que é correntista, podendo escolher a opção que melhor lhe atende.

As fintechs de crédito, em geral, operam com modelos de crédito e operação bastante especializados: algumas focadas em pessoa física, outras em pessoa jurídica; algumas focadas em crédito de curto prazo, outras em crédito de longo prazo; algumas focadas em clientes de baixo risco, outras focadas em clientes de alto risco; algumas focadas em crédito com garantia, outras focadas em crédito sem garantia.

Neste sentido, a especialização faz com que as fintechs sejam extremamente competitivas nos seus segmentos de atuação. Quem ganha é o cliente, que passa a ter muitas opções mais atraentes e adequadas às suas necessidades.

Sabemos que muita gente tem dificuldade de conseguir empréstimos no sistema tradicional de bancos. O que uma fintech como a Geru oferece de diferencial neste caso? 

S.R.: Nosso principal diferencial é oferecer taxas mais baixas, que variam de 1,9% a 5% ao mês – as mesmas desde que a plataforma foi lançada, em 2015 – e que são personalizadas, de acordo com o perfil do tomador. O cliente faz todo o processo por meio da plataforma, que é 100% online, de forma rápida e sem constrangimento.

Ao contrário das instituições financeiras tradicionais, somos flexíveis e nosso cliente consegue, por exemplo, escolher o melhor dia para pagar suas parcelas ou antecipá-las de forma simples, sem nenhuma dificuldade.

Como funciona o oferecimento de empréstimo? Por que as taxas são mais baixas que as do mercado?

S.R.: Por ser uma plataforma digital, nossos custos de operação são mais baixos, o que permite oferecer condições melhores aos tomadores. Quando o cliente entra no site, ele preenche um pequeno cadastro e levantamos algumas informações sobre ele, então o algoritmo toma a decisão.

Em caso de aprovação, já dizemos com qual das 35 notas de crédito ele foi classificado e qual será a sua taxa. Esse processo demora cerca de 5 minutos.

Se o cliente gostar da proposta, ele tira uma foto do rosto e dos documentos, incluindo comprovante de residência e, no dia útil seguinte, se tudo estiver certo, o dinheiro estará disponível na conta bancária dele.

O que vocês avaliam na hora de conceder ou não crédito? 

S.R.: Para individualizar melhor as pessoas em relação ao risco de crédito usamos fontes alternativas, muito além de birôs de crédito: fazemos uma pesquisa ampla sobre processos na Justiça, como elas estão expostas, se possuem registro em redes sociais e se as informações públicas condizem com as informações concedidas, se há alguma suspeita de fraude, entre outras.

Como uma pessoa pode melhorar suas chances de conseguir crédito?

S.R.: O processo é bem transparente e no próprio site da Geru há uma série de dicas, cuidados e sugestões. De forma simplificada, o que aumenta as chances de alguém obter crédito são diversos fatores, destaco 3 importantes:

1) histórico de adimplência, ou seja, se a pessoa tem um bom histórico de arcar com suas obrigações financeiras;

2)  cadastro consistente,  o que significa não mentir nem exagerar nos dados que informa;

e 3) pedido de empréstimo coerente, ou seja, compatível com a capacidade de pagamento, momento de vida e objetivos da pessoa.

Vocês lançaram um produto de crédito consignado para aposentados, certo? Como funciona e quais as vantagens?

Lançamos o consignado para aposentados e pensionistas no início deste ano, porque acreditamos que é possível melhorar, e muito, a experiência do consumidor que precisa desse tipo de empréstimo, e sabemos que esse público é muito grande.

Oferecemos taxas ainda mais baixas que o mercado, de 1,8% ao mês, independentemente do número de parcelas. O processo é ágil, conveniente e transparente, porque é o tomador que vai até Geru fazer o pedido, 100% online, e ele sabe que seus dados serão usados exclusivamente para esse empréstimo.

No site, o próprio aposentado faz a simulação e, depois que seu pedido é aprovado pelo DataPrev, o dinheiro é depositado em sua conta em até 1 dia útil.

Como enxerga o panorama futuro para fintechs no Brasil?

S.R.: As fintechs ainda vão crescer muito no Brasil, há muita oportunidade em função dos spreads altos e da ineficiência dos bancos. Pelo volume de operações novas sendo criadas e pela diversidade de modelos de negócios, me parece natural que algumas não sobrevivam. Por outro lado, acredito que empresas verdadeiramente inovadoras e com modelos de negócios bem pensados vão se tornar grandes players em seus segmentos.

Como enxerga a Geru ao longo dos próximos anos? Quais as perspectivas?

S.R.: Acreditamos que a Geru está neste último grupo. Somos uma plataforma de empréstimos pessoais sem garantia que tem muito a oferecer para tomadores (e investidores).

Hoje, somos a melhor opção em crédito pessoal sem garantia: a menor taxa e o processo menos burocratizado, com transparência e flexibilidade que garantem isso.

O próximo passo é crescer e mostrar para os tomadores de crédito que eles podem ter acesso a crédito de melhor qualidade.

Nesse sentido, ampliar e melhorar as ofertas de crédito pessoal e investir em tornar a Geru mais conhecida do grande público é o nosso foco.

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