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Dinheiro? Crédito? Entenda antes de precisar (I)

por Ricardo Pereira
3 min leitura

Poupança - Importante para o futuro!Gustavo diz: “Ricardo, acho que caberia no blog um artigo sobre as opções de crédito disponíveis no mercado, alertando os leitores para seus riscos e principais usos inteligentes. Que tal? Eu gostaria de conhecer melhor as alternativas e então decidir de forma mais inteligente quando e se precisar optar por algum plano de financiamento. Obrigado.”

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Gustavo, é verdade que de vez em quando surgem certas oportunidades ou problemas e nem sempre estamos preparados financeiramente para elas. Será que é assim? Enfim, para alguns casos financiar pode ser a saída. Veja bem, pode ser. Esse artigo será separado em duas partes para que possamos discutir com mais calma as possibilidades de crédito do mercado, de maneira que o texto não fique muito extenso e tedioso. Nosso objetivo é que você tenha argumentos e elementos para definir qual é o melhor caminho, quando utilizar determinada opção e quais cuidados tomar.

Um ponto pacífico entre os editores e os leitores do Dinheirama diz respeito ao pagamento à vista para bens de consumo e produtos em geral, sejam eles eletrônicos[bb], móveis, imóveis etc. Comprar apenas quando se tem o dinheiro é o que chamamos de mundo ideal, mas sabemos que existem algumas situações em que se torna necessário buscar financiamento ou alongamento nos prazos de pagamento. Vejamos algumas opções:

Cartões de crédito

A indústria de cartões de crédito deve manter, em 2008, o forte crescimento registrado nos últimos anos. A expectativa é que o faturamento anual da indústria de cartões alcance aproximadamente R$ 216 bilhões, com cerca de 104 milhões de cartões em circulação. Isto representa, segundo estimativa divulgada pela Itaucard, um salto de 19% em faturamento sobre o ano de 2007.

O conhecido dinheiro de plástico confere ao titular o direito de realizar compras de bens e serviços em estabelecimentos credenciados pela administradora do cartão, postergando o pagamento. Você deve usá-lo:

  • Quando for interessante pagar todas as despesas em uma única data de vencimento;
  • Como opção para adiar os pagamentos;
  • Para parcelar compras, caso haja real necessidade de adquirir um serviço ou bem;

Cuidados importantes:

  • Não usar o crédito rotativo como forma de refinanciamento da sua dívida. Evite pagar um valor inferior ao total da fatura. A alta taxa de juros praticada pelas administradoras pode colocá-lo em uma situação perigosa, que o leve direto para a lista de inadimplentes.
  • Verifique a viabilidade da data de pagamento e negocie-a da melhor forma possível. Uma simples ligação a administradora, pode evitar atrás nos pagamentos devido à falta de recursos.
  • Evite sacar dinheiro com o cartão de crédito. Lembre-se de que os juros cobrados são muito altos. Se a opção do saque for inevitável, procure pagar o mais rápido possível, já que isso significa menos juros.
  • Verifique o valor da anuidade cobrada e o tipo de cartão que está sendo contratado. Uma pequena pesquisa de preços em algumas instituições pode significar economia.

Particularmente, como consultor financeiro, não recomendo a utilização do cartão de créditos para pessoas com perfil consumista e(ou) impulsivo. A falta desse controle pode transformar a fatura em uma bola de neve, que pode causar grande transtorno e altíssimas dívidas. Aos viciados em compras com o cartão de crédito, uma dica: evite andar com o cartão na carteira. Isso ajuda a combater o impulso. Seu bolso agradece.

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Cheque Especial
O Cheque Especial tem duas funções. Uma delas é o reconhecimento formal do cliente, que goza de crédito perante o estabelecimento bancário, impresso no próprio cheque na forma de cores douradas e estrelas, e que facilita as negociações do emitente. A outra função, ainda mais importante, é a disponibilização de crédito automático ao correntista sempre que sua conta estiver sem fundos, respeitados os limites e condições do contrato.

De preferência, nunca use o crédito do cheque especial! Isso mesmo! Se não tiver escolha, opte por usá-lo apenas em situações de emergência ou extrema necessidade. Ainda assim, só entre no cheque especial quando existir a certeza de que em poucos dias receberá dinheiro suficiente para cobrir o saldo devedor.

Cuidados importantes:

  • Não utilize o seu cheque especial como complemento de sua renda mensal. Essa linha de crédito não deve ser utilizada como forma de financiamento por um período longo já que, para isso, existem outras oportunidades melhores e com taxas de juros menores;
  • Preste atenção aos encargos cobrados: juros e IOF são calculados diariamente e cobrados mensalmente direto em sua conta corrente;
  • Guarde toda a documentação relativa ao cheque especial. Isso inclui eventuais usos do crédito (extratos), o contrato com o banco, os avisos. Todas as informações são importantes e em algum problema podem agilizar o processo de reparação.

Crédito Pessoal
Tipo de empréstimo em que o valor contratado é disponibilizado na conta do cliente para ser utilizado livremente. O pagamento, com juros, é realizado em parcelas mensais. Use-o quando:

  • For interessante antecipar uma compra, desde que haja disponibilidade de recursos para o pagamento de parcelas mensais;
  • For necessário cobrir empréstimos mais caros como dívidas de cartão de crédito ou cheque especial, que geralmente cobram taxas maiores. A substituição de dívidas mais onerosas por esta alternativa pode significar redução de custos, o que evitará a inadimplência e suas conseqüências.

Cuidados importantes:

  • Evite as financeiras, que emprestam dinheiro sem muita burocracia e a juros similares aos do cheque especial e do cartão de crédito;
  • Avalie a real necessidade, evitando empréstimos desnecessários;
  • Pesquise e procure sempre a linha de crédito que melhor se encaixe ao seu perfil, visitando diferentes instituições, analisando a flexibilidade e possibilidades de pagamento.

Aqui encerro a primeira parte do artigo, responsável por mostrar que os juros encontrados nas diversas opções de financiamento são muito diferentes. A grande conclusão importante é que a facilidade na obtenção dos recursos dita o tamanho dos juros. Evite cair em armadilhas manjadas e procure zelar muito bem pelo seu dinheiro. No próximo artigo abordaremos as alternativas de crédito consignado, financiamento de veículos, CDC e os consórcios.

Este artigo foi escrito com base em reportagens e notícias das revistas Exame e Você S/A.

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Ricardo Pereira é Analista Financeiro Sênior da ABET Corretora de Seguros, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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Crédito da foto para Marcio Eugenio.

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