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O dinheiro não é a raiz de todos os males

por Giovanni Coutinho
3 min leitura
O dinheiro não é a raiz de todos os males

Tenho muitos amigos que são religiosos e acreditam na existência de Deus, buscando manter um relacionamento pessoal com Ele. Essas amizades não acontecem por acaso, pois eu mesmo sou uma pessoa que busca essa religação com Deus, portanto somos todos irmãos de fé.

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Por manter diálogos constantes neste meio, é muito comum eu ouvir pessoas dizendo que o dinheiro é algo do mal, sujo, pecaminoso, ou a frase clássica: “o dinheiro é a raiz de todos os males”.

Hoje usarei este espaço para ponderarmos um pouco sobre esta questão, pois o dinheiro anda sofrendo injustiças e levando a culpa por algo que não faz…

O dinheiro é apenas um instrumento

O formato do dinheiro, na forma como conhecemos hoje, foi surgindo aos poucos para facilitar as trocas de mercadorias que aconteciam no passado. O papel moeda em si não tem nenhum valor, mas ele representa um poder, no caso, de compra.

Também por isso, falamos que o dinheiro é um instrumento. Se ele for bem utilizado, permite a melhoria da qualidade de vida, já que com ele podemos comprar alimentos, moradia e vários outros objetos, serviços e experiências que tornam as nossas vidas mais confortáveis.

Outra característica interessante do dinheiro é que para ele vir para nossas mãos, precisamos vender algo que temos, seja isso um objeto ou um serviço.

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Uma pessoa que começa sua vida financeira “do zero”, sem objetos para vender, precisa oferecer seus serviços, por isso é necessário trabalhar para receber um dinheiro pela venda da mão de obra, seja ela física ou intelectual.

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Dinheiro e poder

Como o dinheiro é um instrumento que representa o “poder de compra” de uma pessoa, o problema começa quando a pessoa não sabe lidar de forma positiva com o “poder” que possui (ou que deseja possuir).

Há um dito popular mais ou menos assim: “Dê poder a uma pessoa e você a conhecerá de verdade”. Essa é uma frase muito real porque o ser humano, conhecedor do bem e do mal, não tem facilidade de gerenciar suas relações com as outras pessoas.

Vivemos um turbilhão de emoções todos os dias, boas e más, que se não forem bem controladas, terminam por ditar completamente os nossos pensamentos e ações, não dando chances para que nosso lado racional faça suas ponderações. Por isso é tão comum nos arrependermos de atitudes tomadas por impulso.

Quando uma pessoa tem muito dinheiro, ela também tem muito poder, e com isso pode usar este poder para o bem ou para o mal.

Outra situação é a pessoa que não tem dinheiro, mas deseja muito ter, a qualquer custo, e não está disposta a obtê-lo através do trabalho honesto. Neste caso, esta pessoa vai procurar meios de ter o dinheiro à força. É onde surgem muitos casos de violência, roubos, corrupção e etc.

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A origem dos problemas não é o dinheiro

Vamos usar o exemplo da corrupção que vemos diariamente entre alguns governantes de nosso país. Qual é o fator motivacional para que tudo ocorra? O desejo desenfreado de ter dinheiro. Como não estão dispostos a trabalhar de forma honesta, eles criam meios para roubar o dinheiro público, através do poder político que possuem.

Este exemplo nos mostra que a origem real dos problemas não está no dinheiro, mas sim no forte desejo de possuí-lo, preferencialmente em grandes quantidades. E quando uma pessoa usa de meios ilícitos para fazê-lo, ela apenas está escolhendo praticar o mal ao invés de praticar o bem.

Repito: somos todos conhecedores do bem e do mal, e em todos os momentos estamos tomando decisões que deveriam ser pautadas em boas coisas para que gerem benefícios para nós e também para os outros.

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Assim, estamos diante de um problema que é moral e, como tal, para resolvê-lo precisamos aprender a diferenciar o que é correto daquilo que é errado.

As próprias leis que existem em vigor visam (ou pelo menos deveriam visar) o bem-estar da sociedade, considerando a propagação da justiça, que está em harmonia com o bem, e não com o mal.

Sei que é complexo falar de moralidade e também do que é certo ou errado, já que a sociedade está cada vez mais relativista, e este é justamente o motivo pelo qual eu (e muitas outras pessoas) busco na religião (que vem da palavra “religare”) uma forma de entender melhor os conceitos de certo e errado.

Acertando as coisas

Vivemos num país de maioria cristã e, como tal, existe entre nós uma forte apreciação pelo livro mais vendido no mundo, a Bíblia. Se você não sabe, a Bíblia não é um livro, mas um compilado de 66 livros em sua versão mais aceita.

Num destes livretos, conhecido como “A Carta de Paulo a Timóteo”, há um trecho no capítulo 6 e no verso 10, que diz: “Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”.

Este trecho faz parte de um contexto maior e, como em qualquer livro, para um melhor entendimento precisa ser interpretado a partir de todo o contexto. Faça isso depois, se desejar.

O objetivo aqui é acertar uma má compreensão do assunto, que termina por criar uma forte crença limitante que tem prejudicado a qualidade de vida de muitas pessoas. Observe que, segundo o autor, não é o dinheiro que é a raiz de todos os males, mas sim o “amor” ao dinheiro.

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Coloco a palavra entre aspas, pois o contexto não diz que é “pecado” gostar de dinheiro, mas sim que todos os males tem sua origem na busca desenfreada pelo dinheiro, na busca inconsequente pelo dinheiro, onde o respeito e o bom relacionamento entre as pessoas são totalmente negligenciados.

As consequências destas atitudes já foram comentadas alguns parágrafos atrás: violência, roubos, corrupção e etc.

Então, o dinheiro não deve receber a culpa por algo que não faz. O problema está 100% sobre as pessoas, que se relacionam com o dinheiro de forma errada, inadequada e sem escrúpulos.

Não se esqueça disso jamais, pois só assim você poderá ter uma relação sadia com o dinheiro (e você precisa disso para viver bem nesta terra).

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Fazendo as pazes com o dinheiro

Agora que compreendemos que dinheiro não é sinônimo de mal ou de “pecado”, nos resta manter uma ótima relação com ele, de forma que ele venha a suprir não apenas as nossas necessidades básicas de vida, como alimentação, vestuário e moradia, mas também nos proporcionar experiências ricas neste presente que Deus nos dá, que é a vida!

A educação financeira também passa por este viés moral, de ensinar as pessoas a conquistar e utilizar corretamente o dinheiro, sempre respeitando seus próprios limites e também os limites das outras pessoas.

Sabemos que ser verdadeiramente rico nada tem que vem com a quantidade de dinheiro que possuímos, mas também sabemos que se uma pessoa verdadeiramente rica possui uma grande quantidade de dinheiro, ela será um enorme conduto de bênçãos na vida de várias outras pessoas.

Assim, desejo de coração, que você desenvolva todos os dias uma melhor disposição para praticar o bem a você mesmo e a todas as outras pessoas. Também desejo que você veja o dinheiro como uma importante ferramenta para melhorar a sua qualidade de vida e também das pessoas que você ama.

Um forte abraço e até a próxima!

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