A oposição argentina está com uma ligeira vantagem nas pesquisas para as próximas eleições primárias de agosto, que normalmente são um indicador confiável para o resultado da eleição presidencial, mas como muitos eleitores estão prontos para desprezar o chamado às urnas, os resultados estão longe de serem certos.
“Há muita apatia”, disse o analista político Carlos Fara, que previu que a votação de 13 de agosto terá mais abstenções e talvez votos em branco do que em qualquer eleição primária desde 2011.
A maioria das pesquisas aponta a aliança de oposição de centro-direita Juntos pela Mudança (JxC) com uma ligeira vantagem contra a coalizão de centro-esquerda União pela Pátria (UP), que representa o atual governo.
Mais de 10 pontos percentuais atrás está o partido Liberdade Avança, de Javier Milei, que espera ganhar votos de desiludidos com a política.
As primárias decidirão os candidatos que competirão nas eleições de 22 de outubro, mas as pesquisas variam sobre quais candidatos ganharão uma vaga na disputa.
Mariel Fornoni, diretor da consultoria Management & Fit, vê os candidatos do JxC Horacio Rodríguez Larreta, prefeito de Buenos Aires, e a ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich praticamente empatados.
Mas outra consultoria, a Analogias, vê Bullrich ganhando dois terços dos votos do JxC, enquanto o UP, somando os votos do ministro da Economia Sérgio Massa e de seu rival Juan Grabois, estaria por um fio de vencer a oposição.
Massa é visto como provável para ganhar um lugar na votação presidencial, mas a grave crise econômica do país favoreceu Milei, que carrega um “voto emocional”. As pesquisas consideram que seus apoiadores podem favorecer Bullrich, que é visto como mais de direita, na votação de outubro.
Mas a apatia do eleitor torna qualquer resultado difícil de prever.