Uma análise da State Street Global Advisors, assinada pelo chefe de gestão de portfólios Toby Warburton, revela que a concentração dos ganhos em poucas ações, especialmente no índice MSCI World, representa um risco crescente para investidores.
Desde a crise financeira global, os retornos do mercado de ações têm sido robustos, mas cada vez mais dependentes de um pequeno grupo de empresas, conhecidas como os “Magnificent 7”. Essa dinâmica pode limitar retornos futuros e demanda uma reavaliação de estratégias de investimento.
Os “Magnificent 7” contribuíram com 40% dos ganhos do MSCI World nos últimos dois anos, um número inédito e superior às bolhas tecnológicas do passado. Para Warburton, “retornos recentes estão superando os fundamentos”, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade dos preços. Ele recomenda maior diversificação para enfrentar os desafios futuros.
O que diz a State Street sobre os índices?
• Ações dos EUA dominam o mercado global: Atualmente, o mercado de ações dos EUA representa 74% do MSCI World, muito acima da média histórica de 57%. Essa concentração é impulsionada pelo desempenho superior das maiores empresas americanas.
• Contribuição desproporcional: As sete maiores ações globais responderam por 40% dos ganhos do índice desde 2022. “Este nível de concentração não é comum e representa riscos significativos”, destacou Warburton.
• Valorização elevada: As ações líderes negociam a 40 vezes os lucros projetados, em comparação a 23x nos EUA e 13x na Europa, sinalizando possíveis bolhas em formação.
Retornos totais acumulados no ano e mudanças nas expectativas de lucros futuros de 12 meses
• Fundamentos versus valorização: Segundo Warburton, “o mercado tem visto preços crescerem acima das expectativas de lucros, sugerindo uma desconexão com os fundamentos econômicos.”
• Impacto nos índices: A concentração dos ganhos reduz a diversificação dos índices ponderados por capitalização, tornando-os mais vulneráveis a flutuações em poucas ações.
• Desafios para o futuro: Warburton acredita que “um mercado mais equilibrado, com maior participação de empresas menores e mercados emergentes, pode ser positivo para a economia global.”
• Estratégias de adaptação: Ele recomenda que investidores “considerem um equilíbrio entre estratégias passivas e ativas”, especialmente em setores onde retornos superiores podem justificar o risco adicional.