Uma transformação importante está em curso no crédito brasileiro. Se os níveis de endividamento das famílias seguem altos e, em parte, travam o avanço do consumo, o perfil dessas dívidas está mudando gradualmente. A culpa pela elevação da dívida é do crédito imobiliário.
Em abril, dado mais recente divulgado pelo Banco Central, o endividamento das famílias, medido pela relação entre a dívida total dos domicílios e a renda acumulada em doze meses, chegou a 44,23%, ante 43,97 % em março.
Desde outubro de 2012, se retirado o crédito imobiliário, o endividamento familiar vem diminuindo. O próprio BC, na edição mais recente do Relatório de Inflação, dedicou um box à mudança de perfil do endividamento brasileiro na última década.
“No decorrer do período, em linha com a maior solidez do ambiente macroeconômico, ocorreram recuo relevante nas taxas de juros e migração da demanda para modalidades de menor risco e prazos mais dilatados, como crédito consignado [com desconto em folha de pagamento] e financiamento imobiliário”, escreveram técnicos da autoridade.
“Foi um processo de troca de dívidas, com menos famílias endividadas em cheque especial e cartão”, afirma Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners.
No acumulado do ano até maio, o saldo das modalidades de crédito rotativas (recursos mais caros e de curto-prazo) subia 2%, avanço inferior ao das linhas de empréstimos não-rotativos (excluindo o crédito imobiliário), que cresciam 3,3%. Sozinha, a carteira de crédito habitacional da pessoa física avançou 13,9% na mesma comparação.
Embora essa mudança no portfólio de dívidas seja positiva, há ressalvas a serem feitas. “A maior parte das dívidas das famílias continua concentrada em crédito ao consumo, incluindo o crédito de veículos, ainda que os empréstimos imobiliários tenham ganhado espaço”, afirma Tatiana Pinheiro, economista do Santander.
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Fonte: Valor Econômico | Foto: freedigitalphotos.net