Após se aproximar dos 5,70 reais no início da sessão, o dólar (USDBRL) à vista perdeu força ante o real e terminou a quinta-feira em leve baixa, com profissionais citando um movimento de realização de lucros para justificar a queda das cotações, em um dia de dados de inflação ruins no Brasil e sinais mistos para a moeda norte-americana no exterior.
O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,6474 reais na venda, em leve baixa de 0,17%. No mês o dólar acumula alta de 1,01%.
Às 17h03, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,13%, a 5,6525 reais na venda.
Na abertura da sessão o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 uma espécie de prévia da inflação oficial subiu 0,30% em julho, acima do 0,23% projetado pelos economistas consultados em pesquisa da Reuters.
O resultado levou a taxa em 12 meses acelerar de 4,06% em junho para 4,45% em julho, também acima da expectativa de 4,38%.
O IPCA-15 de 12 meses até julho está próximo do teto da meta de inflação perseguida pelo BC, de 4,50%.
Com os números de inflação nas telas, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) iniciaram o dia no território positivo e o dólar se aproximou dos 5,70 reais, dando continuidade ao forte movimento de alta visto na véspera, quando as moedas de países emergentes foram pressionadas.
Logo após a abertura, às 9h01, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de 5,6911 reais (+0,61%). Ao longo da sessão, no entanto, o dólar foi se enfraquecendo.
Profissionais ouvidos pela Reuters atribuíram o movimento à uma realização dos ganhos mais recentes, com alguns investidores vendendo a moeda norte-americana.
“O dólar segue em tendência de médio e longo prazo de alta e, por isso, é muito difícil determinar um pico para o dólar. Assim, temos feito algumas recomendações de venda, mas sem exagerar no volume”, disse pela manhã o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em comentário enviado a clientes. “Não será surpresa se a Ptax do mês fechar em 5,70 reais ou mais”, acrescentou.
Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. A taxa do fim de mês será definida na quarta-feira que vem.
Em meio ao movimento de realização de lucros, o dólar à vista marcou a mínima de 5,6185 reais (-0,68%) às 13h21. Até o fechamento, no entanto, a moeda se reaproximou dos 5,65 reais.
A queda do dólar ante o real ocorreu enquanto no exterior a divisa sustentava sinais mistos. No fim da tarde o dólar estava praticamente estável ante a cesta de moedas fortes, tinha alta ante o peso mexicano e a lira turca, mas cedia em relação ao peso colombiano.
Às 17h29, o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas subia 0,02%, a 104,400.
Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024.