O dólar (USDBLR) à vista emplacou nesta terça-feira a terceira sessão consecutiva de baixa no Brasil, em sintonia com a queda da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, em um dia marcado pela alta firme de commodities como petróleo e minério de ferro e pela liquidez reduzida após o Natal.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8225 reais na venda, em baixa de 0,80%. Em dezembro, a moeda norte-americana acumula queda de 1,89%.
Na B3, às 17:11 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,78%, a 4,8185 reais.
Como era de se esperar para a última semana do ano, espremida entre o Natal e o Ano Novo, o volume de negócios foi reduzido nos mercados alguns deles nem abriram em função do “Boxing Day”, feriado adotado por vários países, em especial os de língua inglesa.
Os rendimentos do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento se mantiveram na maior parte do dia em leve baixa, o que também favorecia o viés negativo para a divisa dos EUA ante outras moedas.
A alta dos preços de commodities como o minério de ferro e o petróleo, de acordo com João Ferreira, sócio da One Investimentos, também contribuía para a queda do dólar no Brasil.
“Apesar de não termos notícia relevante no cenário, (a queda do dólar ante o real) pode ser uma puxada reflexo da valorização de preços de commodities. A gente viu o minério de ferro dando uma empolgada com a continuidade de estímulos lá na China”, destacou Ferreira. “Este cenário de commodity para cima acaba enfraquecendo o dólar em relação às moedas de exportadores de matérias-primas.”
Os contratos futuros do minério de ferro subiram nesta terça-feira impulsionados pela esperança de medidas de estímulo para impulsionar a economia chinesa e pela expectativa de uma demanda robusta pela matéria-prima.
O minério de ferro de maio mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China subiu 1,3%, para 137,22 dólares por tonelada. Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro para janeiro subiu 1,2%, a 138,7 dólares por tonelada.
Em meio à baixa liquidez, o movimento do dólar ante o real também se mostrou mais intenso em alguns momentos.
Às 9h48, a moeda norte-americana à vista marcou a cotação máxima de 4,8620 reais (+0,01%) e, às 15h11, registrou a mínima do dia de 4,8173 reais (-0,91%).
Durante o dia, investidores também seguiram atentos à possibilidade de o Ministério da Fazenda anunciar, ainda em 2023, novas iniciativas na área fiscal, mirando a meta de resultado primário zero no próximo ano.
Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que anunciará as novas medidas assim que elas estiverem prontas.
À tarde, Haddad informou que o governo vai lançar nesta semana um programa de depreciação acelerada, permitindo que empresas deduzam da base de cálculo de tributos os investimentos em máquinas e equipamentos.
Às 17:11 (de Brasília), o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas caía 0,17%, a 101,470.
Também pela manhã, o BC vendeu todos os 14.248 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de fevereiro.