O dólar (USDBRL) cedeu ante o real pelo terceiro dia consecutivo nesta quinta-feira, para abaixo dos 5,60 reais, em mais uma sessão marcada pela busca global por ativos de maior risco, após dados do mercado de trabalho norte-americano reduzirem os temores de uma recessão no curto prazo.
O dólar à vista fechou o dia em queda de 0,89%, cotado a 5,5737 reais. Esta é a menor cotação de fechamento desde 23 de julho, quando atingiu 5,5665 reais. Desde terça-feira a moeda norte-americana à vista acumulou baixa de 2,92% após ter batido em 5,86 reais na segunda em meio a receios de que os EUA possam estar a caminho de uma recessão.
Às 17h13, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,14%, a 5,5895 reais na venda.
O alívio para os mercados globais foi dado nesta quinta-feira pelos dados de auxílio-desemprego nos EUA.
O Departamento do Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 17.000, para 233.000, na semana encerrada em 3 de agosto, na série com ajuste sazonal. Foi a maior queda em cerca de 11 meses. Economistas consultados pela Reuters previam 240.000 pedidos para a última semana.
A diminuição dos pedidos de auxílio indicou que a economia norte-americana pode não estar tão enfraquecida, o que afastou em parte os receios de uma recessão no curto prazo.
Com isso, investidores foram novamente em busca de ativos de risco, como ações e moedas de emergentes como o real, o peso colombiano, o peso mexicano e o peso chileno.
Assim, após atingir a cotação máxima de 5,6559 reais (+0,57%) às 9h56, o dólar à vista marcou a mínima de 5,5640 reais (-1,06%) às 15h39.
“O dólar vem caindo de maneira importante. A ‘crise de um dia’ da segunda-feira, gerada pelo receio de recessão nos EUA, foi bastante debelada na terça, na quarta e na quinta-feira”, comentou Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
A queda do iene ante o dólar é outro fator, apontando por profissionais do mercado, para que as moedas de emergentes como o real tenham se fortalecido nos últimos dias, incluindo nesta quinta-feira.
O movimento interrompeu desmontagens de operações de carry trade que, nas últimas semanas, vinham penalizando divisas de países emergentes.
No carry trade, investidores tomam recursos em países como o Japão, onde as taxas de juros são baixas, e reinvestem em países como o Brasil, onde a taxa de juros é maior. Na desmontagem destas operações, o real vinha sendo penalizado.
“O notável movimento de valorização da moeda japonesa foi interrompido ao longo dos últimos dias, diminuindo a volatilidade nos mercados de câmbio de países com elevadas taxas de juros, como Brasil e México, por exemplo”, pontuou André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, em comentário enviado a clientes.
No fim da tarde, o dólar seguia em alta ante o iene, o que favorecia o avanço da moeda norte-americana ante uma cesta de divisas fortes.
Às 17h10, o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas subia 0,10%, a 103,210.
Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024.