A decisão de política monetária do Federal Reserve que não alterou sua taxa de juros, mas divulgou novas projeções de cortes para 2024 definiu nesta quarta-feira o recuo firme do dólar (USDBLR) à vista ante o real, de quase 1%, em movimento que acompanhou a virada da moeda norte-americana para o negativo também no exterior.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9202 reais na venda, em queda de 0,96%. O recuo interrompeu uma sequência de quatro sessões consecutivas de alta para a moeda norte-americana no Brasil.
Com o movimento desta quarta-feira, o dólar passou a acumular em dezembro alta de 0,10%.
Na B3, às 17:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,90%, a 4,9240 reais.
Até a decisão do Fed, às 16h, o dólar oscilou em margens estreitas no Brasil, em meio à expectativa dos investidores pelo resultado da reunião de política monetária norte-americana.
Às 10h25, a divisa à vista marcou a cotação máxima de 4,9780 reais (+0,20%), mas sem força para atingir patamares mais altos.
A divulgação da inflação ao produtor nos EUA, ainda pela manhã, fez o dólar chegar a oscilar no território negativo.
O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) ficou estável em novembro, enquanto economistas consultados pela Reuters projetavam aumento de 0,1%.
Mas foi a decisão de juros do Fed que definiu o dia. Além de manter sua taxa básica na faixa de 5,25% a 5,50%, o Fed projetou cortes de juros de 75 pontos-base em 2024 mais do que o previsto anteriormente e inflação na meta de 2% em 2026.
A postura foi considerada mais branda ou dovish, no jargão do mercado que em reuniões anteriores.
Em reação, os rendimentos dos Treasuries ampliaram as perdas e, em paralelo, o dólar cedeu ante boa parte das demais divisas.
No Brasil, o dólar à vista que estava praticamente estável pouco antes do anúncio do Fed desabou nos minutos seguintes. Na mínima da sessão, às 16h45, marcou 4,9162 reais (-1,04%).
No fim da tarde, o viés negativo ainda predominava no exterior, em meio a uma visão positiva sobre a decisão do Fed e à possibilidade de cortes de juros nos EUA no início de 2024.
No Brasil, os investidores aguardavam ainda o anúncio de decisão sobre os juros pelo Banco Central, com a expectativa consensual por um novo corte de 0,50 ponto percentual da taxa Selic, atualmente em 12,25% ao ano.
A decisão será comunicada após as 18h30.
Às 17:22 (de Brasília), o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas caía 0,84%, a 102,890.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de fevereiro.