Hoje tivemos um dia misto para os ativos de risco no Brasil, mas, no cenário global, podemos dizer que foi um dia positivo.
O que está acontecendo com o dólar nos últimos dias?
Desde a posse do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, temos observado um enfraquecimento da moeda americana. Isso se deve, em grande parte, às primeiras horas do novo governo, em que as promessas de campanha parecem ter sido mais duras do que as ações efetivamente implementadas, principalmente em relação a tarifas e bloqueios comerciais com outros países. Essa postura mais amena acaba gerando essa desvalorização do dólar (USDBRL).
Você precisa entender uma coisa: quando falamos de câmbio, estamos nos referindo à relação entre moedas de dois países, o que significa que essa taxa pode ser impactada por fatores de ambos os lados.
O dólar não cai apenas porque o Brasil está indo bem, mas também porque a própria moeda americana pode estar se desvalorizando contra outras moedas globais. Nesse caso, uma queda do dólar pode ser um movimento global e não necessariamente gerado por fatores específicos do Brasil. O inverso também é verdadeiro: o dólar não sobe apenas por conta de uma piora no cenário econômico interno, mas também pode subir devido ao fortalecimento da moeda americana no contexto global.
Se olharmos apenas o dólar, na última semana, ele caiu 1,60% em relação a todas as outras moedas do mundo. Esse movimento explica parte da queda do dólar em relação ao real. Dessa vez, estamos vendo o impacto positivo de um enfraquecimento do dólar, mas, entre outubro e dezembro de 2024, o cenário foi bem diferente. Durante esse período, o dólar em relação ao real subiu mais de 13%, enquanto, em comparação a outras moedas de países desenvolvidos, teve uma alta de cerca de 8%.
Se olharmos para o dólar em relação ao real, ele já acumula uma queda de quase 4% no mês de 2025, com uma baixa de 0,39% apenas hoje. Essa fraqueza do dólar não se reflete apenas no real, mas também em outras moedas de países desenvolvidos. O índice dólar (DXY)que mede o dólar contra uma cesta de moedas, cedeu de maneira significativa nos últimos sete dias.
Impactos no Brasil
Com o dólar em queda, os juros brasileiros também tiveram um dia positivo. Tanto os juros de curto quanto os de longo prazo encerraram o dia abaixo de 15% ao ano, o que é uma boa notícia. Claro, ainda estamos em um cenário de juros elevados no Brasil, mas qualquer movimento de queda é bem-vindo.
Por outro lado, o Ibovespa não teve o mesmo desempenho. O índice encerrou o dia em queda de 0,30%, apesar de acumular uma alta de mais de 2% em 2025. O principal fator para essa performance negativa foi a queda nas ações da Vale, que recuaram mais de 2% hoje.
A explicação está nos temores sobre as relações comerciais entre Estados Unidos e China. Caso os Estados Unidos reduzam o fluxo de comércio com a China, isso pode impactar negativamente a atividade econômica chinesa, o que, por sua vez, afeta o Brasil, já que a China é o nosso principal parceiro comercial e o maior comprador de minério de ferro da Vale.
O que esperar daqui para frente?
O mercado deve continuar acompanhando as promessas e discursos do presidente Trump e, principalmente, como elas serão implementadas. Por ora, parece que o tom das promessas foi mais duro do que as medidas que estão sendo colocadas em prática. Isso também se alinha ao estilo de negociação dele, como descrito em seus livros, com uma postura inicial mais rígida para alcançar objetivos que nem sempre ficam claros de imediato.
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