O dólar (USDBRL) devolvia alguns de seus ganhos recentes frente ao real nas negociações desta sexta-feira, em linha com o recuo da divisa norte-americana em outros mercados emergentes, aliviando as pressões após atingir seu maior valor de fechamento em quase dois anos na véspera.
Às 9h50, o dólar à vista caía 0,38%, a 5,4413 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,17%, a 5,4485 reais na venda.
“O movimento do dia está sendo uma queda das bolsas lá fora com os PMIs… Destaque para o fechamento de taxas, que parece estar gerando um dia um pouco mais favorável para moedas emergentes”, disse Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.
Nesta manhã, o dólar acumulava perdas em uma série de mercados emergentes, apesar do avanço frente a moedas de países desenvolvidos, o que influenciava na queda da divisa norte-americana no Brasil.
Os destaques eram as baixas do dólar frente ao peso mexicano, de 0,51%, e ante o rand sul-africano, de 0,44%. As duas moedas vêm apresentando alta volatilidade após resultados eleitorais recentes, que deixaram os investidores incerto sobre o rumo de suas economias.
O movimento era impulsionado por uma maior otimismo dos mercados com a possibilidade de cortes de juros nas economias desenvolvidas, em decorrência de números ruins nos Índices de Gerentes de Compras (PMI) da zona do euro, mostrando desaceleração nas atividades da indústria e de serviços.
Às 10h45 os investidores estarão atentos à divulgação do PMI dos Estados Unidos, a fim de avaliar o estado da economia norte-americana.
O número pode fornecer um novo sinal sobre o futuro da política monetária do Federal Reserve, à medida que os mercados tem projetado um corte de juros em setembro, iniciando um amplamente esperado ciclo de afrouxamento monetário.
Com isso, o dólar devolvia alguns ganhos de sessões recentes contra o real. Fatores domésticos, como a preocupação do mercado com o ajuste das contas públicas e com as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao BC, levaram a moeda a atingir o maior valor em quase dois anos na véspera.
Na quinta-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,4618 reais na venda, em alta de 0,39%, atingindo a maior cotação de fechamento desde 22 de julho de 2022, ainda no governo de Jair Bolsonaro.
Na última sessão em particular, pesaram as críticas do presidente Lula à condução da política monetária pelo BC, após o Comitê de Política Monetária decidir de forma unânime manter a taxa Selic inalterada em 10,50% ao ano na quarta-feira.
Lula argumentou que a decisão do Copom foi ruim para o povo brasileiro e acusou a autoridade monetária de estar submetida aos interesses do mercado financeiro e de especuladores, questionando a autonomia do presidente do BC, Roberto Campos Neto.