O dólar (USDBRL) caía mais de 1% nesta quinta-feira depois que a agência de classificação de risco Moody’s elevou a perspectiva de crédito do Brasil, enquanto o ambiente internacional se mostrava favorável a risco após o Federal Reserve ter reforçado a visão de que cortará juros este ano.
Às 10h10 (de Brasília), o dólar à vista caía 1,16%, a 5,1324 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,33%, a 5,148 reais na venda.
A Moody’s reafirmou na quarta-feira a classificação de risco de crédito do Brasil em Ba2 e alterou a perspectiva do país de “estável” para “positiva”, conforme comunicado da agência de rating.
De acordo com a Moody’s, a alteração da perspectiva para “positiva” é sustentada pela avaliação de que “um crescimento mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir a estabilização do peso da dívida do Brasil”.
Vários participantes do mercado citaram esse desdobramento como positivo para os ativos brasileiros, embora tenham destacado que isso não significa que é possível baixar a guarda em relação à saúde fiscal do país, com a própria Moody’s citando “solidez fiscal ainda relativamente fraca”.
O Inter disse em relatório a clientes que o fato de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter atribuído a melhora da perspectiva de crédito ao trabalho em conjunto dos Três Poderes mostra intenção de atenuar os atritos entre governo e Congresso. A estabilidade institucional é fator de apoio para o apetite por risco doméstico.
Enquanto isso, no exterior, as autoridades do Fed decidiram na quarta-feira por unanimidade manter a taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,5% em que está desde julho. E, embora o chair do Fed, Jerome Powell, tenha indicado que a inflação elevada pode atrasar o esperado corte de juros, ele se recusou a referendar discussões de que a taxa poderia na verdade ser elevada de novo.
Guilerme Esquelbek, da Correparti Corretora, disse que a fala de Powell trouxe alívio para os mercados internacionais, que recentemente adiaram ou até mesmo descartaram as apostas em afrouxamento monetário pelo banco central norte-americano neste ano.
Juros mais altos nos EUA jogam a favor do dólar, já que tornam os rendimentos norte-americanos mais atraentes para investidores estrangeiros.
Na sexta-feira, o relatório de emprego fora do setor agrícola dos EUA entrará no foco dos investidores, pois pode fornecer mais pistas sobre a saúde da economia e a necessidade de cortes de juros.
Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1927 reais na venda, em alta de 1,52%.