O dólar (USDBLR fechou em queda discreta frente ao real nesta terça-feira, depois que investidores não alteraram significativamente suas expectativas para o ciclo de afrouxamento monetário do Federal Reserve após aceleração em dados de inflação norte-americanos.
A moeda norte-americana à vista fechou em queda de 0,08%, a 4,9750 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,14%, a 4,979 reais na venda.
O índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 0,4% no mês passado, depois de ter avançado 0,3% em janeiro, mostraram dados nesta terça-feira.
Nos 12 meses até fevereiro, os preços ao consumidor aumentaram 3,2%, de 3,1% em janeiro. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,4% no mês e de 3,1% na base anual.
“A inflação de fevereiro mostra um quadro de estabilidade e não irá ajudar os membros do Fomc a ganharem a confiança adicional que precisam para iniciar o ciclo de queda na taxa de juros, mas tão pouco irá alterar as expectativas de que os cortes devem ocorrer no meio do ano”, disse Danilo Igliori economista-chefe da Nomad.
“A maioria dos índices de mercado mantinham movimentos positivos após a divulgação do índice de preços ao consumidor, em um sinal de que, apesar de um pouco mais fortes do que o esperado, a narrativa de que permanecemos em curso na última milha (de combate à inflação nos EUA) permanece”, completou ele.
Os dados desta sessão não alteraram as apostas de mercado de que o banco central dos EUA manterá sua taxa básica de juros até um primeiro corte em junho. A próxima reunião de dois dias do Federal Reserve acontecerá na semana que vem.
Enquanto isso, no Brasil, a inflação brasileira acelerou mais do que o esperado em fevereiro e atingiu o nível mais alto em um ano, informou o IBGE nesta terça-feira. Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,83%, acelerando a alta de 0,42% em janeiro e acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,78% no mês.
Os custos de serviços vêm sendo acompanhados com cautela pelo Banco Central para a condução da política monetária, mas, apesar da surpresa para cima em fevereiro nesse indicador, economistas destacaram que há forte efeito sazonal dos custos de educação por trás do resultado.
Ao mesmo tempo, eles destacaram sinais de arrefecimento dos preços subjacentes de serviços, que excluem itens mais voláteis.
O mercado segue apostando em nova redução de 0,50 ponto percentual da taxa Selic quando o Comitê de Política Monetária do BC se reunir na semana que vem, a 10,75%, segundo probabilidades implícitas no mercado de juros futuros.