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Dólar fica perto dos 5 R$ com investidores repercutindo a ata do Fed

Na B3, às 10:01 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,01%, a 4,9025 reais

por Reuters
3 min leitura

 O dólar (USDBLR) rondava a estabilidade frente ao real nesta quarta-feira, com investidores repercutindo a ata da última reunião do Federal Reserve e avaliando o cenário geopolítico após pausa no conflito entre Israel e Hamas.

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Às 10:01 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,02%, a 4,8996 reais na venda. Operadores alertavam para sessão de volumes possivelmente reduzidos devido ao feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, na quinta-feira, que deve afetar a liquidez global.

Na B3, às 10:01 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,01%, a 4,9025 reais.

O comportamento do mercado doméstico estava em linha com a leve oscilação do dólar no exterior, onde seu índice contra uma cesta de pares fortes subia 0,1%, sem se afastar muito de uma mínima em dois meses e meio atingida na véspera.

O dólar tem mostrado fraqueza recentemente, o que participantes do mercado têm atribuído ao arrefecimento dos rendimentos dos Treasuries, depois que os títulos do governo dos EUA com prazo em dez anos caíram ante máximas em vários anos acima de 5%.

“Esse cenário, dado que a gente tem uma taxa americana livre de risco, mas remunerando menos o capital, gerou uma saída da moeda americana do mercado americano, ou seja, um fluxo de venda expressivo que acaba deteriorando o valor do dólar”, disse Bernard Faust, sócio da One Investimentos.

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A queda dos Treasuries acelerou depois que dados recentes dos Estados Unidos mostraram sinais de perda de ímpeto econômico e arrefecimento da inflação, o que fez com que operadores abandonassem a possibilidade de mais altas de juros pelo Fed e passassem a adiantar suas apostas para cortes de taxa no ano que vem.

A ata do último encontro do Fed, embora tenha mostrado tom ainda bastante cauteloso por parte das autoridades de política monetária, não teve grande impacto nas expectativas do mercado sobre os juros. O documento, divulgado na véspera, mostrou que os membros do Fed concordaram que só precisarão aumentar os juros novamente “se” as informações recebidas mostrarem progresso insuficiente na redução da inflação.

Colocando pressão negativa adicional sobre o dólar –ativo mais procurado em tempos de incertezas geopolíticas–, “a gente começa a ver um cenário mais ameno de risco ao redor do mundo”, disse Faust, referindo-se a uma desescalada no conflito de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.

Ambas as partes da guerra concordaram com uma pausa de quatro dias nos combates para permitir a libertação de 50 reféns mantidos em Gaza em troca de 150 palestinos presos em Israel e a entrada de ajuda humanitária no enclave sitiado.

Do lado nacional, disse Faust “se não tivermos nada agressivo com relação à meta fiscal para o ano que vem, também devemos ter um real um pouco mais resiliente, uma manutenção de capital aqui dentro”.

A manutenção da meta de déficit primário zero em 2024 pela equipe econômica do governo aliviou receios fiscais do mercado na semana passada, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia levantado a possibilidade de abandonar o objetivo.

Ainda assim, permanece algum desconforto, já que há pouca confiança nos mercados e até no próprio Executivo quanto à capacidade do governo de elevar a arrecadação a nível suficiente para zerar o rombo primário no ano que vem.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8984 reais na venda, em alta de 0,95%.

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