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Dólar flerta com R$ 5,10 em meio a salto nos rendimentos dos Treasuries

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0675 reais na venda, em alta de 0,80%

por Reuters
3 min leitura
Às 10:27 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,33%, a 5,0843 reais na venda

O dólar (USDBLR) avançava nesta terça-feira e chegou a superar brevemente o patamar de 5,10 reais nos picos do dia, uma vez que os rendimentos dos títulos norte-americanos continuavam em trajetória de alta, rondando os patamares mais altos em 16 anos, conforme investidores aguardavam uma série de dados dos Estados Unidos.

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Às 10:27 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,33%, a 5,0843 reais na venda. Mais cedo, na máxima do pregão, o dólar chegou a ser negociado a 5,1002 reais na venda, nível que não era visto nas negociações intradiárias desde o final de maio deste ano.

O dólar –que até poucos dias atrás vinha sendo negociado consistentemente abaixo dos 5 reais– não fecha um pregão acima dos 5,10 reais desde o final de março.

Na B3, às 10:27 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,38%, a 5,1040 reais.

Os rendimentos dos Treasuries de longo prazo atingiram seus maiores valores desde 2007 nesta terça-feira, acompanhando o aumento acentuado no restante da curva nesta semana, com os investidores preocupados com a perspectiva de que os juros norte-americanos permaneçam altos por mais tempo diante da resiliência da economia.

“O juro de dez anos (dos Treasuries) voltou a subir nesta manhã. Ao longo dos dois últimos meses, o grande movimento global tem sido o dos juros americanos, e, consequentemente, você tem um fortalecimento do dólar e uma fraqueza generalizada de ativos de risco”, explicou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

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Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se valorizar globalmente, uma vez que os rendimentos dos Treasuries ficam atraentes quando comparados aos retornos de títulos emergentes, de risco muito maior.

Neste contexto, investidores devem ficar atentos ao longo desta semana em dados de emprego dos Estados Unidos, com destaque para o relatório de criação de vagas do governo de sexta-feira, acompanhado de perto pelo Federal Reserve.

Apesar do clima global adverso, ainda há quem enxergue pilares de sustentação sólidos para a moeda brasileira.

“O forte aumento nas taxas de juros dos EUA está atualmente pesando sobre o real, mas isso é temporário. O enorme superávit comercial é permanente”, escreveu Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF).

De fato, dados da véspera mostraram que a balança comercial brasileira registrou superávit de 8,904 bilhões de dólares em setembro, marcando recorde para o mês na série do governo, que tem início em 1989. Os dados mostraram ainda que o saldo comercial acumulado no ano até setembro foi de 71,309 bilhões de dólares, também o maior da série histórica para o período.

Além da balança comercial favorável, participantes do mercado ainda apontam o patamar da taxa Selic, atualmente em 12,75% ao ano, como um fator de apoio para o real. Por mais que o Banco Central esteja em meio a um processo de afrouxamento monetário, os juros básicos permanecerão em patamar restritivo por algum tempo, o que deve manter os retornos oferecidos pelo mercado de renda fixa doméstico atraentes para investidores estrangeiros.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0675 reais na venda, em alta de 0,80%.

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