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Dólar pode cair 20% se Lula tiver decisão firme, diz BofA

Real é favorecido por fatores sazonais e posicionamento de mercado, especialmente pela tendência histórica de entrada de capital em janeiro

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Dólar

O Bank of America destacou que o real brasileiro (USDBRL) apresenta um potencial significativo de valorização, podendo subir até 20% em relação ao dólar, caso o governo de Luiz Inácio Lula da Silva adote uma postura firme de controle fiscal.

Segundo os economistas Carlos Capistran e David Beker, “o real está substancialmente subvalorizado, com taxas de juros reais mais altas entre os mercados emergentes e expectativa de melhora no saldo da conta corrente no quarto trimestre.”

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No entanto, o banco alerta que a falta de uma mudança decisiva na política fiscal do governo Lula, como a contenção dos gastos públicos, pode limitar esse potencial de valorização. “Sem esse catalisador, o real provavelmente não se fortalecerá mais do que os 20% que poderia”, destacaram os economistas.

Desvio das moedas emergentes em relação ao valor justo

Tabela 519841
(Fonte: BofA Global Research, Bloomberg, Haver)

A análise também aponta que o real é favorecido por fatores sazonais e posicionamento de mercado, especialmente pela tendência histórica de entrada de capital em janeiro.

“Em dezembro passado, houve uma saída líquida de US$ 24 bilhões do Brasil, mais que o dobro da média de US$ 10 bilhões dos últimos 10 anos. Em contraste, a média de entrada líquida em janeiro é de US$ 3 bilhões,” ressaltaram Capistran e Beker.

Apesar do otimismo tático com o real, os economistas identificam riscos para essa valorização, incluindo “um agravamento do cenário fiscal no Brasil ou um aumento acentuado nos preços do petróleo.” Ainda assim, o Bank of America recomenda posições compradas no par BRL/COP, considerando a divergência nas políticas monetárias entre Brasil e Colômbia.

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O banco projeta o dólar a R$ 5,90 no segundo trimestre, R$ 5,80 no terceiro e a R$ 5,75 no final de 2025.

Recompra de dólares

Banco Central deve recomprar US$ 17 bilhões este ano, como parte de leilões de linha realizados em novembro, dezembro e janeiro. A autoridade monetária promoveu dois leilões em novembro, no total de US$ 4 bilhões; cinco em dezembro, no total de US$ 11 bilhões; e dois em janeiro, no total de US$ 2 bilhões

A primeira data de recompra é em 4 de fevereiro, quando o BC deverá adquirir US$ 2 bilhões. Em 6 de março, a autoridade monetária deve comprar US$ 3 bilhões. Em 2 de abril, deverá recomprar US$ 4 bilhões, e, em 2 de julho, outros US$ 4 bilhões.

Em 2 de outubro, o BC deverá fazer a recompra de US$ 2 bilhões. Depois, vai adquirir US$ 1 bilhão em 4 de novembro, e mais US$ 1 bilhão em 2 de dezembro.

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