Home Comprar ou Vender Dólar pode ir a R$ 7,30 em 2025 só por culpa do governo, diz BTG

Dólar pode ir a R$ 7,30 em 2025 só por culpa do governo, diz BTG

Principal preocupação está na sustentabilidade da dívida pública e nas políticas econômicas do governo.

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Dólar Mercados

O BTG Pactual destacou, em análise publicada nesta sexta-feira (17), que a trajetória do dólar (USDBRL) em 2025 será fortemente influenciada por fatores domésticos. A estimativa do banco é que a taxa de câmbio alcance R$ 6,25, mas riscos fiscais podem levar a cotação a superar R$ 7 e chegando a R$ 7,30 em cenários adversos.

Segundo os economistas Iana Ferrão e Pedro Oliveira, a principal preocupação está na sustentabilidade da dívida pública e nas políticas econômicas do governo.

“Ações que contornem o Orçamento, intensifiquem mecanismos parafiscais, minem a credibilidade da política monetária ou envolvam intervenções no mercado cambial tendem a pressionar ainda mais o câmbio, podendo levá-lo a ultrapassar a barreira de R$ 7 no próximo ano”, ressaltam.

Trajetória do dólar

Gráfico dólar 18816
(Fonte: Fonte: Bloomberg e BTG Pactual)

O superávit comercial robusto, projetado em US$ 87 bilhões, pode não ser suficiente para equilibrar o fluxo cambial. O aumento das saídas de recursos pelo segmento financeiro, que registrou um recorde de US$ 88 bilhões em 2024, complica o cenário. Esse movimento, conforme o BTG, reflete a percepção do mercado sobre os riscos internos.

Condição financeira no Brasil pode piorar repentinamente, diz FMI

Embora o balanço de pagamentos mostre baixa vulnerabilidade externa, o déficit em transações correntes de 1,9% do PIB esperado para 2025 exige atenção. “Uma sinalização clara de ajuste fiscal crível poderia realinhar as expectativas e levar o câmbio para patamares mais apreciados, próximos a R$ 5,20”, afirma Ferrão, enfatizando que tal cenário é improvável no momento.

Pedro Oliveira ressalta que a depreciação cambial de 2024, superior a 25%, terá efeitos defasados que fortalecerão as exportações em 2025. “Os efeitos da desvalorização no saldo comercial e na desaceleração das despesas serão mais sentidos ao longo do próximo ano”, destaca.

<<< ASSISTA A UM CURSO GRATUITO DE FLÁVIO AUGUSTO >>>

Veja o que o BTG disse sobre o dólar

Riscos fiscais pressionam o câmbio. O aumento do gasto público e a falta de credibilidade fiscal podem elevar o dólar acima de R$ 7,00.

Superávit comercial robusto. Estima-se que o saldo atinja US$ 87 bilhões em 2025, impulsionado pelo crescimento de 10% na produção agrícola e petrolífera.

Saída recorde de dólares. Em 2024, o segmento financeiro registrou saídas históricas, impactando negativamente o fluxo cambial.

Demanda doméstica desacelerada. A redução da demanda interna, de 5,2% em 2024 para 1,9% em 2025, ajudará a controlar o déficit em transações correntes.

Exportações beneficiadas pela depreciação. O câmbio mais fraco torna os produtos brasileiros mais competitivos no mercado externo.

Preocupações com políticas econômicas. “Ações que aumentem o gasto parafiscal ou minem a credibilidade monetária e cambial podem gerar impactos severos”, alerta Oliveira.

Impacto nos serviços e rendas. O câmbio depreciado e a menor atividade doméstica desacelerarão despesas com serviços e remessas de lucros.

Reservas internacionais ainda adequadas. Apesar das intervenções do Banco Central, as reservas terminaram 2024 em US$ 330 bilhões.

China permanece como principal parceira. Com 30% das exportações brasileiras, o país asiático segue vital para o superávit comercial.

Cenário alternativo exige ajuste fiscal. Segundo Ferrão, “um ajuste fiscal consistente pode criar condições para uma apreciação significativa do real, mas demanda ações concretas do governo.”

Dinheirama

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.

© 2024 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.