O dólar (USDBLR) caía frente ao real nesta sexta-feira, com investidores digerindo um IPCA-15 de janeiro mais fraco do que o esperado e antes de uma importante leitura de inflação dos Estados Unidos, que pode oferecer pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve.
Às 9:51 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,15%, a 4,9155 reais na venda.
Na B3, às 9:51 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,03%, a 4,9190 reais.
O IBGE informou mais cedo que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve em janeiro alta de 0,31%, depois de ter subido 0,40% em dezembro. A leitura mensal do indicador considerado prévia da inflação oficial ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de uma aceleração da alta a 0,47%.
“Óbvio que (a leitura) mostra algum controle maior (da inflação), um efeito da taxa de juros, mas, quando a gente olha para a difusão, a quantidade de itens subindo ao mesmo tempo é um ponto para sempre ficar atento”, disse Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
“Em resumo, eu entendo que não traz grandes novidades em termos de efeito no Copom da semana que vem; o Copom já está bem decidido em 50 (pontos-base) e vai ter muito mais influência do exterior do que desse IPCA”, completou Cruz.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nos dias 30 e 31 de janeiro para definir o novo patamar da taxa Selic, com ampla expectativa de manutenção do ritmo de cortes de meio ponto percentual, a 11,25%.
Enquanto isso, num contexto de foco maior no Federal Reserve, a poucos dias da próxima decisão de política monetária do banco central norte-americano, investidores aguardam a publicação, às 10h30, do índice de preços PCE, medida de inflação favorita das autoridades de política monetária norte-americanas.
Segundo equipe do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, a leitura “ajudará a ajustar as expectativas do mercado para os próximos passos da autoridade monetária”, depois que na véspera dados mostraram que a economia dos EUA cresceu mais rápido do que o esperado no quarto trimestre.
Num geral, dados mais resilientes de inflação e crescimento são vistos como argumentos a favor de um Fed mais rígido, enquanto sinais de abrandamento costumam elevar o otimismo de que o banco central começará a cortar os juros em breve.
Quanto mais cedo o Federal Reserve começar o seu afrouxamento monetário, mais o dólar tende a se desvalorizar frente a divisas emergentes, que, apesar de arriscadas, oferecem rendimentos comparativamente atraentes.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9228 reais na venda, em baixa de 0,19%.