O dólar (USDBRL) opera em baixa no mercado à vista na manhã desta segunda-feira, 12, em meio à queda do iene e da mediana do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 no boletim Focus, a primeira baixa desde março.
Os ajustes refletem ainda o apetite por ativos de risco em Nova York. O mercado de câmbio se alinha à valorização leve de outras divisas emergentes ante o dólar, como peso mexicano, peso chileno e rand sul africano em manhã de persistente alta do petróleo após relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Com a agenda esvaziada lá fora hoje e as expectativas pela leitura do índice de inflação ao consumidor dos EUA em julho, na quarta, os investidores ficam atentos a palestras de dirigentes do Banco Central, incluindo o presidente Roberto Campos Neto e o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, seu possível sucessor.
Na sexta-feira, os juros curtos subiram, após o IPCA mais forte que o esperado em julho elevar as apostas em aumentos na taxa Selic nos próximos meses. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participará de evento no começo da tarde.
No Focus, as projeções do mercado apontam alta para o IPCA 2024 de 4,12% para 4,20%, enquanto para 2025 indicam ligeira baixa de 3,98% para 3,97% – a primeira queda desde a edição de 25 de março (3,52% para 3,51%).
A mediana de IPCA 2024 atualizada nos últimos 5 dias úteis passou de 4,19% para 4,22% e, para 2025, de 4,0% para 3,9%. A mediana de IPCA de agosto de 2024 passou de 0,11% para 0,10%; e para setembro de 2024 subiu de 0,21% para 0,22%.
A estimativa para a Selic no fim de 2024 continua em 10,5% ao ano e para 2025, em 9,75%, enquanto para o dólar as projeções continuam em R$ 5,30, respectivamente.
O risco fiscal do governo Lula segue no foco em meio à retomada dos trabalhos no Congresso. A Câmara deve voltar a votar projetos amanhã. Nesta e na última semana de agosto, a Casa vai fazer um esforço concentrado para aprovar as propostas de interesse da Mesa Diretora.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer aprovar uma nova etapa da regulamentação da reforma tributária e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que endurece o combate às facções criminosas neste segundo semestre.
No Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pautou para quarta-feira a apreciação da Proposta de Emenda à Constituição nº 65, que dá autonomia financeira e orçamentária ao Banco Central.
São esperados ainda nos próximos dias no Brasil os dados de junho do volume de serviços, amanhã; o resultado do varejo restrito e ampliado, na quarta; o IGP-10 de agosto e o IBC-Br de junho, na sexta-feira.
Às 9h41, o dólar à vista caía 0,34%, a R$ 5,4963. O dólar para setembro recuava 0,27%, a R$ 5,5090.