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Dólar salta acima de R$ 5,20 após dados de emprego bem mais fortes do que o esperado nos EUA

por Reuters
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Na B3, às 10:00 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,87%, a 5,2280 reais

O dólar saltava frente ao real nesta sexta-feira após a divulgação de dados de emprego bem mais fortes do que o esperado nos Estados Unidos que reforçaram a perspectiva de juros mais altos por mais tempo na maior economia do mundo.

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Às 10:00 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,83%, a 5,2121 reais na venda, sendo negociado nos patamares intradiários mais altos desde o final de março deste ano.

Considerando cotações de fechamento, a divisa norte-americana não encerra um pregão acima da marca psicologicamente importante de 5,20 reais também desde março.

Na B3, às 10:00 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,87%, a 5,2280 reais.

A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos aumentou em setembro e superou com força as expectativas, sugerindo que o mercado de trabalho continua forte o suficiente para que o Federal Reserve aumente a taxa de juros este ano.

A economia dos EUA abriu 336 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, informou o Departamento do Trabalho em seu relatório de emprego nesta sexta-feira, também conhecido como “payroll”. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 170 mil vagas de trabalho em setembro. As estimativas variavam de 90 mil a 256 mil.

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“Os dados de emprego desta semana estavam vindo mistos, e o ‘payroll’ que iria definir a reação do mercado –e veio bem mais forte que o esperado, o dobro, então realmente mostra o mercado de trabalho ainda bem aquecido”, disse à Reuters Rafael Pacheco, economista da Guide Investimentos, prevendo que o dado desta sexta vai acentuar a abertura da curva de juros norte-americana.

Na esteira dos dados dos Estados Unidos, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 14,20 pontos-base, a 4,8578%, disparando em direção ao maior patamar desde 2007 atingido na quarta-feira, de 4,884%.

“A conclusão é uma só: forte expectativa de aperto monetário por lá, com juros mais fortes, e fechando ainda mais o diferencial (de juros) para nós — lembrando ainda que estamos na contramão, em persistente trajetória de queda da Selic”, disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se valorizar globalmente, uma vez que os rendimentos dos Treasuries ficam atraentes quando comparados aos retornos de títulos emergentes, de risco muito maior.

No Brasil, o Banco Central já cortou a taxa Selic em 1 ponto percentual desde agosto, a 12,75%, movimento que reduz a rentabilidade do mercado de renda fixa brasileiro, ofuscando ainda mais o apelo do real.

No entanto, alguns participantes do mercado ainda argumentam que os juros domésticos continuarão em patamar restritivo por algum tempo mesmo após o início do afrouxamento monetário pelo BC, o que limitaria os impactos desse ciclo na taxa de câmbio.

Pacheco, da Guide, disse estimar o dólar um pouco mais baixo até o final do ano, em torno de 5,10 reais, “por conta da Selic ainda muito alta”. Ainda assim, no curto prazo, a tendência é o real continuar a se desvalorizar, disse o economista.

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