O dólar (USDBRL) à vista emplacou nesta terça-feira a terceira sessão consecutiva de queda ante o real, em mais um dia de ajustes de preços após a disparada das semanas anteriores, em movimento favorecido pela baixa da moeda norte-americana no exterior.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1285 reais na venda, em baixa de 0,80%. Em três dias úteis, a moeda acumulou queda de 2,33%. Em abril, a divisa dos EUA ainda acumula alta de 2,25%.
Às 17h11, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,84%, a 5,1320 reais na venda.
No início da sessão o dólar chegou a oscilar no território positivo, recuperando parte do valor ante o real após ter cedido nas duas sessões anteriores.
O movimento estava em sintonia com o avanço da moeda norte-americana também no exterior. Na cotação máxima da sessão, às 10h12, o dólar à vista marcou 5,1903 reais (+0,40%).
A divulgação de números relativamente fracos da economia norte-americana, no entanto, colocou o dólar novamente no território negativo.
A S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto de produção dos EUA, que acompanha os setores de manufatura e serviços, caiu de 52,1 em março para 50,9 em abril. Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor privado.
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O setor de manufatura entrou em território de contração, com o PMI preliminar caindo de 51,9 para 49,9. Já o índice de serviços recuou de 51,7 para 50,9 em abril.
Após os números, divulgados às 10h45, os rendimentos dos Treasuries perderam força, assim como o dólar ante boa parte das demais divisas.
“O mercado global já havia precificado a economia norte-americana aquecida, esticando muito a piora do cenário, comprando dólar. Como esticou muito, para (a cotação) continuar subindo têm que surgir surpresas de forma recorrente”, comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.
“Mas hoje os PMIs vieram mais fracos que o esperado”, acrescentou Borsoi, ao justificar a continuidade do movimento de correção de baixa do dólar em relação ao real. “Como os preços de mercado esticaram demais, vemos um alívio.”
Isso fez com que o dólar à vista registrasse a cotação mínima de 5,1185 reais (-0,99%) às 14h48, enquanto no exterior a moeda norte-americana também sustentava perdas firmes ante uma cesta de divisas fortes.
O noticiário doméstico não trouxe impacto negativo para os mercados nesta terça-feira. A arrecadação federal teve alta real de 7,22% em março ante o mesmo mês do ano anterior, para 190,611 bilhões de reais, conforme a Receita Federal, marcando o melhor desempenho da série histórica iniciada em 1995.
Já o texto da regulamentação da reforma tributária já foi aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, está em fase de preparação para envio ao Congresso.
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“Após uma semana tensa em torno da revisão da meta fiscal, o cenário político local também se mostra um pouco mais calmo com a aproximação entre governo e Congresso”, pontuou Diego Costa, head de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio, em comentário enviado a clientes.
“A expectativa é que o texto da (regulamentação da) reforma (tributária) seja entregue amanhã (quarta-feira), o que pode contribuir para a redução da desconfiança dos investidores sobre o compromisso do governo com as contas públicas”, acrescentou.
No fim da tarde o dólar seguia em baixa firme ante outras moedas no exterior.
Às 17h12, o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas caía 0,40%, a 105,690.