Eduardo sugere: “Navarro, uma boa pergunta é: entre os 10% a 30% que você sugere sejam remetidos a alguma forma de poupança, poderíamos considerar um tipo de Plano de Previdência Privada”?
Por que não Eduardo? Qualquer investimento feito no seu futuro vale a pena. Mas existem alguns fatores que você precisa entender e considerar quando o assunto é previdência privada. Disciplina e um pouco de conhecimento podem mostrar horizontes mais rentáveis do que a previdência, especialmente no longo prazo. Mas isso não a torna um “produto ruim”. De maneira alguma.
Em primeiro lugar, acredito ser louvável preocupar-se em ter uma boa aposentadoria. Deveríamos todos ter esta preocupação e tratar de investir mais neste sentido. A previdência privada tem uma vantagem, especialmente se levado em consideração o perfil de alguns “gastadores”, de debitar a quantia diretamente de sua conta corrente. Portanto, é prática e requer menos conhecimento. O cliente recebe um extrato mensal com tudo muito bem explicado. Portanto, é fácil de administrar.
O outro lado é que esta facilidade e praticidade possuem um custo. E normalmente este custo não é baixo. As taxas de administração cobradas nestes planos são altas, muitas vezes em torno de 3%, e isso diminui bastante seu rendimento líquido e seu patrimônio no longo prazo. Além disso, dependendo da modalidade do plano, você terá que recolher IR sobre todo o patrimônio acumulado (PGBL) e não apenas sobre os ganhos (VGBL). Outro fator que deve ser levado em consideração é a solidez da instituição que lhe oferece o plano. Será que ela vai estar entre nós , e em condições de lhe ajudar quando você for “se aposentar”?
Um aspecto importante, tanto em previdência quanto em investimentos em geral, é a capacidade de seus rendimentos futuros excederem a inflação (rentabilidade líquida – inflação acumulada), garantindo seu poder de compra e o padrão de vida que deseja no final das contribuições. Ninguém quer chegar ao final da vida e descobrir que seu dinheiro não compra o que comprava anos atrás, ou ainda viver pior do que vivia quando ainda trabalhava.
Aqui o objetivo é discorrer de forma rápida sobre a previdência privada. Entraremos em mais detalhes em posts posteriores, onde falarei da diferença entre VGBL e PGBL, suas vantagens e desvantagens. A decisão de entrar ou não num plano de previdência é muito pessoal, mas deve ser tomada com base em números e argumentos que justifiquem seu investimento. Entrar apenas porque o gerente oferece é besteira.
Um adendo muito interessante e útil de nosso blog parceiro Acerto de Contas, aqui representado pelo jornalista Marco Bahé: Queria agora entrar nesse debate sobre a Previdência Privada. Passei uma época pensando em ingressar num plano. Procurei várias opções, fiz e refiz os cálculos. Minha conclusão: não vale a pena. As taxas de administração (você falou em 3%, mas algumas chegam a 5%) inviabilizam esta modalidade de investimento. Sem falar que o resgate antecipado é altamente penalizado. Faço apenas uma ressalva. Recomendo a previdência privada para quem trabalha numa empresa que oferece contrapartida como estímulos. Ex.: para cada real investido pelo empregado, o empregador entra com outro real.
Valeu Marco, sua opinião é fundamental. Aos que não conhecem o blog Acerto de Contas, vale a visita. Tudo sobre economia (de forma compreensível), política e atualidades. Abraço pessoal.