As empresas varejistas brasileiras com presença online poderão enfrentar mais um gigante que já começa a incomodar a Amzon (AMZN; AMZO34) nos EUA. A chegada do TikTok Shop levanta questões sobre o futuro do e-commerce global e as possíveis consequências para empresas como a Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) e Mercado Livre (MELI34), especialmente se a plataforma conseguir replicar o sucesso de seu modelo baseado em recomendações de influenciadores e compras ao vivo.
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Uma análise do BTG Pactual, assinada pelos analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima, revela que a inovação do TikTok Shop integra as vendas diretamente à experiência de vídeos curtos e virais, o que está gerando um impacto significativo em um mercado onde as fronteiras entre entretenimento e consumo estão cada vez mais tênues.
Desde seu lançamento, o TikTok conquistou uma base de usuários sólida e engajada, especialmente entre os jovens de 18 a 24 anos, faixa etária que já consome o dobro do tempo na plataforma em comparação ao Instagram e Snapchat, e cinco vezes mais do que no Facebook.
Essa popularidade não passou despercebida pelos anunciantes, que agora veem a plataforma como uma ferramenta essencial para alcançar o público jovem de maneira autêntica e menos competitiva do que outros canais de publicidade. Isso ocorre porque os leilões de anúncios em vídeo no TikTok são menos concorridos, atraindo grandes marcas dispostas a investir nesse formato interativo que permite uma experiência de compra integrada.
Influenciadores
A estratégia do TikTok Shop está alinhada ao comportamento de seu público, que prefere descobrir produtos por influenciadores e conteúdos de vídeo em vez de buscar ativamente em sites de varejo tradicionais.
Com 66% da Geração Z descobrindo novos produtos e marcas através da plataforma, o TikTok tem potencial para tornar-se uma ferramenta de busca quase indispensável para o consumidor jovem. Esse fenômeno também reflete uma mudança cultural: 65% dos usuários confiam nas recomendações de criadores de conteúdo, elevando o marketing de afiliação a um novo patamar no ecossistema de comércio eletrônico da rede.
Desde seu lançamento nos EUA, em setembro de 2023, o TikTok Shop já triplicou o número de usuários que fazem compras regularmente na plataforma, com categorias como moda e beleza liderando as vendas e a previsão é de que chegue a US$ 17 bilhões em GMV no país este ano. A empresa está dobrando a aposta em lançamentos de novos produtos nesta temporada de férias com itens que espera que os consumidores não encontrem em nenhum outro lugar.
Para o final do ano, o TikTok aposta em uma estratégia de drops exclusivos e novos produtos, especialmente para datas de alta demanda como a Black Friday. Além disso, a plataforma planeja lançar produtos de marcas menores e diretas ao consumidor (DTC), que talvez não tenham os recursos para competir em grandes plataformas como Amazon, oferecendo aos consumidores uma gama diferenciada e exclusiva de opções.
A adoção do live shopping — onde os usuários compram produtos durante transmissões ao vivo —, ainda em fase inicial nos EUA, é outra aposta da empresa. O TikTok vê nesse canal uma oportunidade única de gerar compras por impulso e aumentar a frequência de aquisição, além de fortalecer o engajamento dos usuários.
Em mercados asiáticos, esse modelo de compras ao vivo já é amplamente aceito, e, embora ainda haja barreiras culturais nos Estados Unidos, o TikTok acredita que o potencial de conversão é promissor, podendo em breve redefinir os hábitos de consumo dos americanos.