Por ocasião da reunião de Davos (Fórum Econômico Mundial), a presidente Dilma em sua estreia no encontro foi quase perfeita.
Ela se preparou convenientemente com áulicos importantes e deve ter tido do ex-presidente Lula a “palinha” de falar para plateias o que elas esperam ouvir.
A presidente Dilma em seu discurso falou sobre o papel estratégico dos emergentes com bilhões de consumidores, da inflação sob controle, não abdicando da solidez fiscal, e a pétrea (essa é nossa) determinação para convergência da inflação para o centro da meta em 4,5%.
A presidente foi mais além e versou sobre o princípio basilar de seu governo com a responsabilidade fiscal, inclusive dos entes federados (Estados e municípios), o respeito aos contratos estabelecidos e superação de posturas defensivas no comércio global.
Ao final de seu discurso falou sobre investimentos em infraestrutura, ampliando e recuperando produtividade, e conclamou os investidores e banqueiros lá presentes para criarem parcerias com o governo e setor privado no país.
Quase em seguida, o ministro Mantega e o presidente Tombini e seus périplos pelo exterior tentaram “arredondar” o discurso da presidente, confirmando pontos citados no discurso e dando maiores detalhes.
Apesar de dizer tudo ou quase tudo que todos gostariam de ouvir, temos que considerar que o passado condena a postura do governo.
Tivemos quebra de contratos importantes em setores essenciais, o governo foi leniente com os gastos públicos (principalmente dos entes federados), o centro da meta de inflação não mais existe e agora o teto de 6,5 parece ser a meta, o Brasil segue sendo um dos países mais fechados para o comércio internacional e, para completar, temos crescimento histórico pífio; o que certamente não seduz muito os investidores.
Temos sido absolutamente repetitivos em afirmar que o país precisa de um choque de credibilidade urgente para passarmos da teoria para a prática.
O governo tem uma alternativa de ouro nas mãos, na definição dos contingenciamentos do orçamento de 2014, seguido pelo estabelecimento da meta de superávit primário para o ano.
Se efetivamente fizermos cortes no orçamento (sem cortar vento como no ano anterior) e se a meta de superávit superar com folga os 1,9% de 2013 (digamos de 2,5% para cima), estaremos demonstrando ao mundo que estamos bem intencionados.
O problema parece estar na volta ao Brasil. A presidente Dilma por ocasião da posse de novos ministros voltou a elencar os feitos de seu governo, citando coisas como, inflação por 10 anos dentro da meta, gastos controlados, conquistas sociais e volume de reservas internacionais tranquilizadora.
Voltamos a mesma cantilena anterior de pouca humildade na condução da coisa pública, bem mais eleitoreira que real.
Assim, ficamos diante do dilema. Em qual postura acreditar? É por isso que esses próximos passos (contingenciamento do orçamento e superávit primário) são essenciais para definição de como será o ano de 2014.
De nossa parte achamos que, apesar de tudo, 2014 pode ser melhor, já que teremos o auxílio luxuoso da recuperação econômica global, reduzindo e/ou eliminando a deterioração de nossas contas públicas e externas e trazendo melhora da eficiência e produtividade nas empresas.
É por isso que seguimos recomendando a assunção de maior parcela de risco em suas aplicações, com aquisições progressivas. Consulte boas opções de investimento no nosso site www.orama.com.br e escolha as aplicações que mais se adequam ao seu perfil. Por último, não deixe de baixar gratuitamente nosso novo eBook “Cenários e investimentos para 2014″, falando sobre perspectivas para os mercados em 2014 e melhores opções de investimento. Certamente será de boa utilidade para você.
Foto Shutterstock. Veliko Tarnovo, BULGARIA -October 6: Brazil’s President Dilma