Uma autoridade sênior dos Estados Unidos pediu a China e Rússia nesta quinta-feira que sigam as declarações dos EUA e de outros países de que somente os seres humanos, e nunca a inteligência artificial, tomariam decisões sobre o uso de armas nucleares.
Paul Dean, autoridade de controle de armas do Departamento de Estado, disse em um briefing online que Washington havia assumido um “compromisso claro e forte” de que os seres humanos tinham controle total sobre as armas nucleares, acrescentando que a França e o Reino Unido haviam feito o mesmo.
“Gostaríamos de receber uma declaração semelhante da China e da Federação Russa”, afirmou Dean, vice-secretário adjunto principal do Bureau de Controle de Armas, Dissuasão e Estabilidade.
“Acreditamos que essa é uma norma extremamente importante de comportamento responsável e que seria muito bem-vinda em um contexto do P5”, disse ele, referindo-se aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
As falas de Dean ocorrem no momento em que o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, tenta aprofundar discussões separadas com a China sobre a política de armas nucleares e o crescimento da inteligência artificial.
O Ministério da Defesa da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A disseminação da tecnologia de inteligência artificial veio à tona durante as amplas conversas entre o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em Pequim, em 26 de abril.
Os dois lados concordaram em realizar suas primeiras conversas bilaterais sobre inteligência artificial nas próximas semanas, disse Blinken, acrescentando que eles compartilhariam opiniões sobre a melhor forma de gerenciar os riscos e a segurança em torno da tecnologia.
Como parte da normalização das comunicações militares, as autoridades norte-americanas e chinesas retomaram as discussões sobre armas nucleares em janeiro, mas as negociações formais de controle de armas não são esperadas tão cedo.
A China, que está expandindo suas capacidades de armas nucleares, pediu em fevereiro que as maiores potências nucleares negociassem primeiro entre si um tratado de não utilização.