A economia da Alemanha estagnou no segundo trimestre em relação aos três meses anteriores, sem mostrar nenhum sinal de recuperação de uma recessão anterior e consolidando sua posição como uma das principais economias mais fracas do mundo.
A estagnação no segundo trimestre ficou em linha com uma primeira estimativa publicada no final de julho. Em termos anuais, o PIB ajustado sofreu uma contração de 0,2% no segundo trimestre.
Na base trimestral, a atividade econômica havia caído 0,4% no quarto trimestre de 2022 e 0,1% no primeiro trimestre de 2023. Dois trimestres consecutivos de contração preenchem a definição técnica de uma recessão.
“Tanto as perspectivas de curto prazo quanto as de longo prazo para a Alemanha não parecem nada animadoras”, disse Carsten Brzeski, chefe global de macro do ING.
O poder de compra fraco, as encomendas industriais reduzidas, a desaceleração da economia chinesa e o impacto do aperto mais agressivo da política monetária em décadas apontam para uma atividade econômica fraca na Alemanha no futuro, disse Brzeski.
O consumo das famílias apresentou crescimento zero no segundo trimestre em relação ao primeiro, e os gastos do governo aumentaram 0,1%. O investimento de capital também cresceu modestamente, enquanto as exportações caíram 1,1%, mostraram os dados desta sexta-feira.
A Pantheon Macroeconomics prevê que o PIB registrará uma contração de 0,2% no terceiro trimestre, antes de uma recuperação de 0,4% nos últimos três meses do ano. Isso significaria que o PIB alemão cairia 0,2% em 2023 em relação ao ano anterior.
“Se nossas previsões para o restante das quatro grandes economias da zona do euro estiverem corretas, isso significa que a Alemanha terá o pior desempenho entre elas”, disse Melanie Debono, economista sênior para a Europa da Pantheon Macroeconomics.
O banco central alemão projeta que a produção econômica permanecerá praticamente inalterada no terceiro trimestre, de acordo com um relatório mensal publicado na segunda-feira.