Home Economia e Política Economia brasileira: drones sobrevoam o Brasil

Economia brasileira: drones sobrevoam o Brasil

por Alvaro Bandeira
0 comentário
Economia brasileira: drones sobrevoam o Brasil

Economia brasileira: drones sobrevoam o BrasilLogo no início do ano de 2014, algumas das principais agências de classificação de risco do mundo mandaram drones sobrevoarem o Brasil. Os teleguiados emitidos pelas agências davam conta de que seria preciso o país mudar de rota logo no principio do ano, sob pena de colocar em risco o grau de investimento ou, na melhor das hipóteses, sofre downgrade em seu rating.

Voltando mais um pouco na história recente, a revista “The Economist” já havia elaborado extensa matéria sobre mudanças danosas de rota em nossa economia, tendo como resultado a deterioração de nossas contas públicas e externas, além, é claro, das maquiagens realizadas para mascarar o cumprimento de metas estabelecidas. Na visão da revista, o Brasil estava perdendo tempo e se afastando do rumo correto.

Já a S&P alegava que o baixo crescimento e fundamentos fracos externos e fiscais estavam reduzindo a credibilidade. Advertia que se investimentos privados não crescessem e o PIB não recuperasse, a classificação de risco não seria consistente com a nota BBB.

Ia um pouco mais além para dizer que mudanças na nota poderiam ocorrer mesmo antes das eleições gerais do final do ano. Segundo a S&P, o espaço para políticas anticíclicas está muito reduzido.

Tais ponderações já destoavam (e muito) das declarações do governo atribuídas ao ministro Mantega e Alexandre Tombini. Para Mantega, sem introjetar qualquer culpa por diretrizes de política econômica erradas ou erráticas, a maior parte dos dissabores ficava por conta da crise externa. Já Tombini tentava suavizar com gastos de governo tendentes para neutralidade, quando todos sabem que seguem expansionistas.

O sobrevoo dos drones em território brasileiro deixou os investidores ainda mais estressados. Mesmo com toda interferência do Bacen sobre o câmbio, ainda assim o dólar valorizou em 2013 algo como 15,4%, em total contraposição à perda do índice Bovespa de 15,5%.

Isso limitou interesse de empresas e consórcios nas “liquidações” de concessões do final do ano, de resto aceleradas para efeito de cumprimento de metas fiscais. Também influenciou para que as instituições financeiras encerrassem o ano vendidas em câmbio no segmento à vista no maior patamar histórico desde que a série é coletada, algo como US$ 18 bilhões.

O recado ao governo já foi dado, não só pelas reportagens de revistas reconhecidas internacionalmente, como pelas agências de classificação de risco e boa cepa de economistas locais e não residentes.

Cabe ao governo tomar as providências necessárias para evitar nova deterioração de nossas contas nacionais e voltar ao rumo correto com acertos de política econômica. O difícil será fazer isso contando com margem de manobra menor nas principais variáveis de conjuntura e em ano de eleições majoritárias.

Mas, como dizia Martin Luther King: “Sempre é hora de fazer o que é certo”. Vamos ter que torcer para um choque de credibilidade logo no primeiro trimestre de 2014.

Este início de ano é também o momento ideal para lembra-lo do eBook gratuito “Educação Financeira: Investindo numa vida feliz”, criado pelo Dinheirama e Órama. Clique aqui para fazer o download. Visite-nos também em www.orama.com.br para mais informações sobre investimentos. Até a próxima.

Foto “Professional drone”, Shutterstock.

Sobre Nós

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.  Saiba Mais

Mail Dinheirama

Faça parte da nossa rede “O Melhor do Dinheirama”

Redes Sociais

© 2023 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.