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Home Economia e Política Economia brasileira: a força de um incômodo

Economia brasileira: a força de um incômodo

por Plataforma Brasil
3 min leitura
dinheirama-destaque-gustavo-março

dinheirama-post-gustavo-marçoPor Gustavo Chierighini (@GustavoChierigh), fundador da Plataforma Brasil Editorial.

Caro leitor, desde que comecei a apontar em meus escritos (e em outras verbalizações) as ameaças que a euforia nascida em 2008 poderia trazer, parece que pouca coisa mudou. A euforia de então, perpetuada ao longo dos três anos seguintes, transformou-se em uma armadilha.

A sensação de infalibilidade e o ufanismo econômico fragilizaram os ânimos e a disposição para perseguir a velha e necessária agenda de reformas, o que traria crescimento mais robusto, sólido e sustentável, pautado não apenas no consumo, mas também na elevação da taxa de crescimento e nas questões voltadas à eficiência e produtividade.

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Confesso que passei a me sentir deslocado em alguns debates econômicos (hoje bem menos). Eu era o pessimista de plantão, o chato da última hora, a voz desagradável que colocava defeito em uma festa tão alegre.

O tempo passou e a tal “alegria”, hoje acompanhada de alguns (muitos) sorrisos amarelados, pode ser observada no noticiário, nas análises dos especialistas, no ânimo dos investidores e do empresariado em geral.

É verdade que existem exageros e também que os argumentos que incluem o Brasil no grupo dos “frágeis” podem carecer de consistência – sim, de fato temos munição para enfrentar trovoadas e turbulências com relativa tranquilidade, mas também é verdade que nada disso precisava acontecer.

O problema do pensamento único e da euforia é que, invariavelmente, trazem no seu rastro a diluição do senso crítico. E é o seu vigor, ancorado na mais livre e incensurável expressão, e a sua prática cotidiana, lidando com o permanente contraditório, constrói as barragens de segurança da dinâmica econômica e social.

É neste “caldo” que se cozinha o progresso, a prosperidade e também é nele que se freia ou se estimula a participação do estado ou dos agentes privados. Não é de outra forma que o dever de casa é feito, livre de retóricas e dos jogos de poder.

Não se trata de mau agouro, de torcida contra isso ou aquilo e nem de questões patrióticas, mas da percepção crítica dotada de uma boa e saudável dose de constante insatisfação, sempre presentes nas histórias das grandes nações.

Em tempo, não se trata aqui de defender modelos econômicos específicos, orientações ideológicas e muito menos partidárias (é importante colocar isso em pleno ano eleitoral, quando tudo parede municiar a belicosidade dos radicais).

Em quem eu voto ou deixaria de votar é problema exclusivamente meu, mas se estamos perdendo a oportunidade de construir um futuro sólido, num voo firme e longínquo, e no lugar disso dar mais um pulinho da galinha, ai sim, o problema é de todos nós.

Existem mudanças em curso no horizonte, mas talvez elas não estivessem presentes sem algumas vaias e desaprovações. Se isso se estabelecer, colheremos os frutos no futuro. No momento, colhemos a safra anterior.

Trocando em miúdos, enquanto os aplausos alegram, o incômodo constrói. O que será de nós depois deste ano de Mundial de futebol e Eleições? Alguém arrisca um prognóstico? Até o próximo.

Foto Shutterstock: Brazilian Border made with coins .

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