Quem acompanha minimamente a conjuntura econômica local identifica problemas de diversas naturezas.
Nossas contas públicas são maquiadas com frequência, a dívida bruta não para de crescer, há déficit em conta corrente não coberto por ingresso de investimento externo direto (IED) e nossa balança comercial está com déficit de US$ 4,6 bilhões no sétimo mês do ano, podendo seguir assim pelo resto do ano.
Nossas empresas perderam competitividade internacional, os investimentos privados se contraem, a carga tributária é pesada e existem graves gargalos de logística em todo o país.
O governo ainda produz algum investimento via instituições, mas também acaba escolhendo que setores e empresas serão privilegiadas, elegendo assim vencedores e perdedores. Há ainda constantes mudanças de política e marcos regulatórios, o que só amplia desconfianças.
Outros resultados dessa política casuística e administração por susto também são colhidos. A inflação não cede pelos gastos expansionistas de governo, o PIB não cresce como deveria e o Banco Central não é livre para prover políticas monetárias adequadas, já que aumentos de juros agravariam ainda mais o crescimento econômico.
Diante de todos esses fatores seria quase inevitável que os desequilíbrios aflorassem com maior intensidade contaminando todos os mercados.
A baixa credibilidade nas políticas de governo produziram pressões sobre o câmbio e sobre a estrutura da taxa de juros, obrigando o Banco Central e Tesouro Nacional a realizarem operações coordenadas, interferindo com vigor no câmbio e juros, para retirar a volatilidade e conter escaladas altistas.
Pois bem, é nesse ambiente que temos que realizar nossos investimentos. Ambiente quase hostil para quem não domina as idiossincrasias econômicas ou dos mercados de renda fixa e variável. Seria preciso enorme dedicação, quase impossível para quem tem outros afazeres.
Não é por outra razão que insistentemente sugerimos a assessoria de agentes de investimentos de confiança dos investidores e a entrega de boa parcela dos recursos de investimento para instituições gestoras de grande conhecimento dos mercados e agilidade para investir e avaliar corretamente as aplicações a cada momento e/ou cada mudança provocada no mercado local ou internacional.
É nesse contexto aparentemente adverso que os gestores de recursos mais eficientes se sobressaem. Há sempre espaço nos mercados para boas estratégias e, com o cenário local prejudicado e economias em expansão no exterior, fundos que aplicam recursos em commodities, moedas e ações de outros países; ganham força.
Em nossa família de fundos Órama disponibilizada para aplicações, temos alguns com essas características como o Órama Gávea Macro, do conhecido Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e o Órama IP Participações, que estão obtendo bons resultados nesse ano complicado.
Seria oportuno comparar a performance dos fundos e reavaliar suas estratégias de aplicação, sempre observando a propensão ao risco e tendo presente que retornos devem ser buscados com horizontes de longo prazo. Obrigado e até a próxima.
Foto financial graphs, Shutterstock.