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Economia, mercados e a conjuntura global de risco

por Alvaro Bandeira
3 min leitura

Mercados e a conjuntura global de riscoOs mercados de risco continuam absolutamente indefinidos no curto prazo, absorvendo sinais contraditórios de países e bancos centrais. Recentemente, o FED (BC americano) voltou a frustrar os agentes, já que era esperado reforço na distensão monetária, ampliando programa de recompra de títulos e novos ajustes via QE3 (quantitative easy).

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Isso depois de o Bank of England (BOE) ter ampliado seu programa de recompra de títulos em 50 bilhões de libras, o Banco Central Europeu (BCE) ter reduzido a taxa básica para 0,75% (de 1,0% e com taxa zero para depósitos) e o People’s Bank of China (PBOC) ter reduzido taxas básicas duas vezes no espaço de 30 dias e mexido no compulsório bancário.

Mesmo assim, os mercados têm trabalhado com forte aversão ao risco, fartamente demonstrada por taxas negativas para aplicações em títulos curtos da Alemanha e França e taxa recorde de baixa para os títulos americanos. Como pano de fundo disso, a desaceleração econômica global, que começa a afetar indiscriminadamente países, inclusive emergentes, como China, Índia e Brasil. Raras exceções são os EUA, Japão (pós-tsunami e terremoto) e Alemanha: algo resilientes ao processo, mas mostrando desaceleração no curto prazo.

O que esperar?
Essa mesma desaceleração já foi capturada nas projeções recentes do FMI. Para o ano de 2012 eles estimam:

  • Que a economia global cresça 3,5% (anterior em 3,6%), com os EUA crescendo 2,0% e a China com queda para 8,0%;
  • Para o Brasil, as estimativas do FMI caíram de 3,0% para 2,5%, mas não esperam nenhum pouso forçado para as economias de países emergentes;
  • Do outro lado, vários países da zona do euro trabalham com recessão em 2012 e raros os que devem ficar estagnados, como a França.

Países como a China saíram na frente de adequar sua economia, não só reduzindo juros básico e compulsório, mas agindo sobre programas de recompra de títulos destinado a gerar maior liquidez no sistema bancário, como agindo sobre investimentos externos reduzindo carga tributária e impostos sobre remessas de dividendos.

No Brasil temos também adequado nossa política econômica provendo redução de impostos de setores organizados como automotivo e linha branca, além de ampliar o crédito via BNDES (inclusive com redução da TJLP) e bancos estatais. Porém, os efeitos até aqui foram diminutos e a produção industrial e vendas no varejo encolhem nos dados mais recentes divulgados.

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Para completar esse quadro de nervosismo, estamos entrando na safra de balanços referentes ao segundo trimestre, que amplia a volatilidade das ações afetando pontualmente, ou age sobre setores, alterando o preço relativo dos ativos e provocando ajustes de carteiras. Esse efeito vai atingir também as ações brasileiras e fluxos de recursos estimados para o ano, além de alterar também o volume de emissões para capitalização de empresas.

No caso brasileiro, há que se fazer bem mais.
Do lado do governo será preciso aumentar a eficiência e agilidade nos investimentos. Notícias dão conta que os diferentes ministérios sequer têm conseguido cumprir o cronograma dos recursos confiados para as pastas. Do lado econômico, é essencial prover mudanças que ajam sobre a redução do custo Brasil fora das empresas, com investimentos em vias de escoamento da produção, carga fiscal e reformas trabalhistas.

Além disso, atuar menos em variáveis econômicas sensíveis como taxa de câmbio e marcos regulatórios setoriais. É preciso estimular o segmento privado no sentido de realizarem investimentos – e isso só é possível com regras mais estáveis e políticas mais coerentes no médio e longo prazo. Estamos perdendo tempo precioso para fazer reformas estruturais que estabeleçam regras duradouras.

Adequar ainda mais o superávit primário, reduzir o déficit nominal, reduzir expectativas inflacionárias futuras (mantivemos a meta de inflação para 2014 em 4,5%) e ainda continuar a atrair capitais externos de boa origem, reduzindo barreiras. Nesse aspecto, seria oportuno mudar tributações do mercado de capitais já que não representaria grande perda de arrecadação e traria conotações positivas para investimentos e alavancagem.

Somente dessa forma estaremos criando os marcos de crescimento sustentável no longo prazo, evitando os “voos de galinha” tão frequentes em nossa economia. Temos que entender que o ano de 2012 já está perdido em termos de crescimento econômico e preparar o futuro.

Repetindo Stephen Kanitz, eu diria que “ordem não gera progresso e economia não gera crescimento de forma espontânea. Sempre há necessidade de um agente catalisador”.

Falo mais sobre isso também no vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=3cqfqAlDKfc

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Foto de sxc.hu.

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