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Economia (e política) brasileira: a síndrome do bunker sitiado – Parte 2

por Plataforma Brasil
3 min leitura
Economia (e política) brasileira: a síndrome do bunker sitiado - Parte 2

Por Gustavo Chierighini, publisher da Plataforma Brasil Editorial.

Finclass Vitalício Quadrado

Caro leitor, não é sempre que se acorda inspirado no dia em que se precisa entregar um artigo escrito. Simplesmente é algo que não se controla, mas quase sempre quando a inspiração falta, o esforço precisa compensar. Por outro lado, quando ela bate na porta, me sinto agraciado por dois elementos: conexão imediata com o texto e economia de tempo com boa qualidade final (ao menos pela minha ótica).

Em tempos de bunker sitiado (clique aqui para ler a primeira parte deste texto), quando a imaginação falha, o noticiário ajuda. E hoje não foi diferente. Acesso os jornais e vejo as notícias direto do bunker, onde se aborda os últimos acontecimentos da reunião ministerial pós reforma.

Acredite, não deve ser fácil a vida no bunker, e desta vez sobrou até para o Paraguai, que está ali quietinho, observando os acontecimentos políticos no gigante adormecido.

Li em uma matéria da Folha que a nossa Líder se referiu à movimentação que ocorre no parlamento pelo seu impedimento como um possível “golpe democrático a paraguaia”, fazendo inicialmente óbvia referência ao ocorrido com o presidente impedido Fernando Lugo.

Não satisfeita em desqualificar os dispositivos previstos na própria constituição, com rito, processo e encadeamentos claramente regulamentados, completou a “pedalada” afirmando que “o Brasil não é o Paraguai” e que “temos instituições fortes”, atribuindo um desnecessário julgamento implícito sobre a solidez das instituições do Paraguai.

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Isso tudo depois de uma semana desastrosa na qual o governo empreendeu uma forte ofensiva dirigida ao relator do TCU, colhendo como resultado a unanimidade do tribunal tanto no apoio ao relator, como na reprovação das contas governamentais apreciadas, que agora passam sob a análise do congresso (que por sua vez, aproveitou para deixar claro sobre o poder que detém sobre a sua própria agenda, ao não votar os vetos presidenciais relacionados a pauta bomba ainda restante).

Porém, as contribuições no bunker surgem de todos os lados. Com a reforma ministerial fresquinha, e a equipe econômica insistindo no argumento de que a nova CMPF duraria por curto período e de que até por esse motivo não seria assim tão danosa ao contribuinte – que, convenhamos, vive para pagar impostos –, eis que o novo ministro da saúde surge, e como uma de suas primeiras declarações afirma defender que a CPMF seja definitiva. Isso mesmo, leitor, para sempre, eterna.

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É isso, seguimos acompanhado, mas fica aqui um questionamento para reflexão: o que seria do governo se tivesse que enfrentar uma oposição organizada? Em resumo, sobrou para o Itamaraty. Até o próximo!

Foto “Brazil on a bad day”, Shutterstock.

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