O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, expressou otimismo cauteloso de que a inflação está desacelerando, de acordo com uma entrevista a um veículo irlandês, mas disse que são necessários muito mais dados para se sentir confortável em declarar vitória.
Após ter elevado os juros em cada uma das suas últimas nove reuniões, o BCE está agora debatendo se deve realizar uma nova alta em 14 de setembro, talvez pela última vez neste ciclo de aperto, para garantir que atinja a meta de inflação de 2%, ou se deve fazer uma pausa dada a rápida deterioração das perspectivas de crescimento na zona do euro.
Falando ao The Currency, da Irlanda, em entrevista publicada nesta terça-feira, Lane disse que dados da semana passada mostrando um alívio nas pressões de preços subjacentes foram notícias “muito bem-vindas”, em linha com a previsão do banco de junho.
“Mas, como eu disse, um mês de dados é apenas uma informação: precisamos ver isso continuar”, disse ele.
“Os dados detalhados da inflação só serão divulgados em meados do mês. Portanto, teremos de ver”, disse ele.
O banco enfrenta um dilema, uma vez que a sua taxa de depósito já atingiu o nível mais elevado em mais de duas décadas e o crescimento econômico estagnou nos últimos três trimestres, mas o aumento dos preços dos serviços tem sido persistente e os salários ainda estão subindo rapidamente, apontando para pressões persistentes sobre os preços.
Os mercados prevêem apenas 25% de chance de um aumento de juros em 14 de setembro, mas ainda esperam que uma alta de 25 pontos-base, para 4%, aconteça antes do fim do ano, com cortes a partir de meados de 2024.
Lane pediu paciência, citando a previsão de junho do banco de que grande parte do aumento da inflação em 2022 diminuirá em 2023, com mais progressos em 2024 e em 2025 em um “processo plurianual”.