A Ecorodovias (ECOR3) conquistou a concessão da Nova Raposo nesta quinta-feira (28), com um lance de R$ 2,1 bilhões, superando concorrentes como EPR, CCR (CCRO3) e Via Appia. No entanto, a vitória foi seguida por uma queda expressiva de 20% nas ações da companhia, refletindo as preocupações do mercado com o aumento da alavancagem em um cenário de juros altos.
A Nova Raposo, parte do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo, envolve um investimento total de R$ 7,9 bilhões para administrar 92 km de rodovias em uma concessão de 30 anos. A oferta vencedora da Ecorodovias representou um ágio de 47.118% sobre o preço mínimo.
A companhia destacou que o projeto incorpora ferramentas modernas, como pedágio free flow, e prevê um retorno regulatório de 9,41%. Segundo a gestão, a maior parte dos investimentos será realizada a partir de 2028, período em que a alavancagem já deve apresentar tendência de redução.
Reação do mercado
Apesar da justificativa da empresa, os investidores mostraram ceticismo em relação ao impacto da concessão nas finanças da companhia, que encerrou o terceiro trimestre de 2024 com uma relação dívida líquida/EBITDA de 3,3 vezes. A expectativa de juros elevados nos próximos anos intensificou as preocupações.
O BTG Pactual, contudo, manteve sua recomendação de compra, citando a eficiência da empresa em lidar com desafios financeiros.
“A Ecorodovias tem surpreendido positivamente na execução de seus projetos e na redução de sua alavancagem, mas é compreensível que o mercado reaja com cautela diante do cenário macroeconômico atual”, afirmou o relatório do banco divulgado nesta sexta-feira (29).
Perspectivas
A vitória no leilão reafirma a estratégia da Ecorodovias de expandir sua participação no mercado de concessões rodoviárias, fortalecendo sua presença em São Paulo. Com previsão de início dos retornos mais significativos apenas nos próximos anos, o desafio será equilibrar a execução do projeto com a gestão da dívida em um ambiente econômico desafiador.
Enquanto isso, a recomendação do BTG Pactual sinaliza otimismo quanto à capacidade da empresa de superar as dificuldades e entregar valor aos acionistas a longo prazo. A expectativa de valorização para os próximos 12 meses é de mais de 100%, segundo o banco.
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