O empresário Eike Batista veio a público defender-se da crise de credibilidade que ronda seu grupo empresarial e se diz arrependido de ter aberto o capital de suas empresas na Bolsa de Valores. As informações e seu testemunho saíram em um artigo publicado no jornal Valor Econômico na semana passada.
As empresas do bilionário enfrentam uma séria crise de confiança no mercado e grandes perdas na bolsa. Os papéis da petrolífera OGX, por exemplo, estão na casa dos centavos de Reais.
“Mais do que ninguém, me pergunto onde errei. O que deveria ter feito de diferente?”, escreve. Segundo ele, um dos erros foi o modelo de financiamento adotado para as empresas, por meio da abertura de capital na Bolsa de Valores. “Hoje, se pudesse voltar no tempo, não teria recorrido ao mercado de ações”, ele completa.
Eike Batista faz uma análise da OGX, dizendo que continua acreditando na empresa e admite ser o acionista que mais perdeu nesse negócio. O empresário afirma ter recebido propostas pela OGX, tanto por fatias, quanto pelo controle a partir de uma avaliação de US$ 30 bilhões e que colocou mais de um US$ 1 bilhão do próprio bolso na empresa.
“Eu perdi e venho perdendo bilhões de dólares com a OGX. Se algum dia mereci a confiança do mercado, foi porque havia uma trajetória de mais de 30 anos de muito trabalho, desafios superados, sucesso e uma capacidade comprovada de cumprir compromissos”, ressalta o empresário.
Eike afirma que teve episódios de fracasso, mas diz que nunca os escondeu: “Os fracassos aconteceram e eu nunca os escondi. Tive experiências mal sucedidas com a fabricação de jipes, com uma empresa concebida para concorrer com os Correios, com algumas minas fora do Brasil das quais tive de abrir mão por fatores diversos. Mas eu nunca deixei de ser transparente, pagar ninguém e nem de honrar meus compromissos”.
Quanto às demais empresas do grupo, Eike Batista menciona casos de MPX, MMX e LLX: “A depreciação de valor de mercado é claramente incompatível com o que elas têm a oferecer”, enfatizou.
Ele critica quem o chamava de “o cara do papel, do PowerPoint”, questionando porque não foram visitar as obras. Ele se diz frustrado por não ter sido capaz de entregar o que ele mesmo esperava nos casos de OGX e OSX e alega ter sempre agido de boa-fé, para concluir que tem empreendedorismo em seu DNA.
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Fontes: R7 e UOL Economia | Foto: Valor