A Eletrobras (ELET3; ELET6) está preparando projetos em suas usinas hidrelétricas para participar do leilão de reserva de capacidade e não enxerga dificuldades relacionadas à greve do Ibama para avançar com essa iniciativa, disseram executivos da companhia nesta quinta-feira.
Em teleconferência para comentar os resultados trimestrais, o vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da empresa, Élio Woff, destacou o interesse da Eletrobras no certame e disse que aguarda a publicação, pelo governo, das regras finais e do cronograma atualizado.
O leilão estava inicialmente previsto para ser realizado neste mês, mas os processos no governo atrasaram e agora espera-se que possa ocorrer em dezembro.
“Ficamos bastante satisfeitos, é a primeira vez que um leilão de capacidade inclui hidrelétrica, então estamos trabalhando para tentar participar”, disse Woff, sem revelar detalhes das hidrelétricas do grupo que poderiam participar ou estimativas para incremento de capacidade instalada.
“Não tem entrave nenhum com relação à greve do Ibama e a possibilidade de habilitar as usinas para o leilão… Nesse momento, para participar do leilão e até implementar o projeto, não vemos nenhuma dificuldade”, acrescentou o executivo.
Durante a teleconferência, a companhia também foi questionada sobre o andamento das conversas com o governo no âmbito da conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o poder de voto da União na Eletrobras.
“As discussões correm sob sigilo, não podemos falar mais nada além disso. Mas, pela prorrogação que foi solicitada e deferida pelo STF, a gente continua engajado na busca de um entendimento, seja ele qual for”, disse o presidente-executivo da Eletrobras, Ivan Monteiro.
O STF concedeu nesta semana mais 45 dias para que União e Eletrobras trabalhem em uma solução conjunta para encerrar a ação do governo, que questiona seu poder de voto na empresa.
Entre os principais temas em discussão, estão a participação da União nos conselhos de administração e fiscal da Eletrobras, a antecipação de recursos devidos pela Eletrobras à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), e o desinvestimento da companhia de sua participação acionária na Eletronuclear, com exoneração do projeto de construção da usina nuclear de Angra 3.