A exportação de soja do Brasil foi estimada nesta quarta-feira em 10,65 milhões de toneladas em abril, queda de 24% na comparação com o mesmo mês do ano passado, apontou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), citando a quebra de safra nacional.
Em volumes, a redução em relação a abril de 2023 seria de 3,4 milhões de toneladas, segundo relatório da associação de tradings.
Este mês geralmente costuma registrar alguns dos maiores volumes mensais de exportação no ano do país, maior produtor e exportador global da oleaginosa, uma vez que a colheita já está mais avançada nesta época. O país já colheu mais de dois terços da safra, segundo analistas.
“A Anec informa que, relativamente ao mercado, os menores níveis de exportação que fatalmente ocorrerão este ano devem-se principalmente à quebra de safra”, afirmou a associação em nota à Reuters, ao ser questionada sobre as razões da possível queda nos embarques em abril.
Na comparação com março, a redução nas exportações em abril é projetada em 2,9 milhões de toneladas.
O analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Roque, lembrou que os relatórios da Anec levam em conta programações de navios. Sendo assim, há a possibilidade de novos agendamentos de embarques serem realizados nas próximas semanas, o que elevaria o total exportado neste mês.
“Eu acho que o número de abril pode se aproximar de 14 milhões de toneladas”, afirmou ele, ao ser consultado pela Reuters sobre o tema.
Ainda que o Brasil esteja colhendo uma safra menor do que no ano passado, Roque disse que não há, no momento, “nada sério, nada ligado a questões importantes de oferta e demanda”, que possam ter influenciado os embarques esperados para abril.
O Brasil já havia tido embarques reduzidos em março na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 13,56 milhões de toneladas, embora a programação de navios tivesse apontado, em algum momento semanas atrás, exportações superiores.
No primeiro trimestre, o Brasil exportou 25,42 milhões de toneladas, segundo números da Anec, ainda acima do mesmo período do ano passado, de 22,9 milhões de toneladas.
Considerando a projeção para abril, a exportação no primeiro quadrimestre somaria cerca de 36 milhões de toneladas, ficando quase 1 milhão de toneladas abaixo do mesmo período do ano passado, graças à queda esperada para este mês.
A redução nos embarques se dá em meio à colheita de uma safra menor do que o recorde do ano passado. A Anec citou números da Agroconsult, que projeta uma safra 2023/24 de 156,5 milhões de toneladas.