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Embraer cola na Otan com C-390 para saltar pedidos em até 8 vezes

No início de fevereiro, a Hungria foi o terceiro país a escolher o C-390 para as suas forças aéreas, após Brasil e Portugal

por Gustavo Kahil
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C390 Hungria

A Embraer (EMBR3) pode ver os pedidos de seu avião militar C-390 decolarem até em até 8 vezes, tendo como pano de fundo o aumento dos gastos militares dos membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

O grupo de 32 países, contando a recente entrada da Suécia, tem sofrido pressão para elevar os gastos militares em resposta à crescente ameaça da Rússia no leste europeu.

“A aeronave C-390 foi anunciada como vencedora de vários processos de compras governamentais para a seleção de novos aviões de transporte (incluindo membros da Otan), muitas vezes em detrimento do historicamente bem-sucedido C130J Super Hercules — produzido por um fabricante aeroespacial americano”, afirmam os analistas do Santander Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem.

No início de fevereiro, a Hungria foi o terceiro país a escolher o C-390 para as suas forças aéreas, após Brasil e Portugal. Holanda, Áustria, República Tcheca e Coreia do Sul também selecionaram a aeronave multimissão da Embraer

Hungria, Portugal e República Tcheca fazem parte da Otan.

Os pedidos por um maior gasto militar no bloco cresceram após Keith Kellogg, um importante conselheiro de segurança nacional de Donald Trump, questionar a proteção de países-membros que não se esforçam em atualizar as suas forças armadas.

Ele disse que se um membro da aliança não gastar pelo menos 2% do seu PIB na área de defesa, como seria o combinado em estatuto, ele apoiaria a remoção da proteção daquela nação sob o Artigo 5 do Tratado.

C130J Super Hercules Lockheed Martin
Concorrente da Embraer: aeronave C130J Super Hercules, da americana Lockheed Martin (Imagem: Divulgação/ Lockheed Martin)

“Não só acreditamos que o C-390 é atualmente um projeto líder, como também acreditamos que continuará a ser o produto mais competitivo da sua classe durante os próximos 10 a 20 anos, dado que este é o prazo que qualquer outro projeto exigiria para ser considerado por um governo se algum fabricante (OEM) começasse a investir em pesquisa & desenvolvimento (P&D) hoje”, observam Barbosa, Esteves e Tinem.

Os cenários avaliados pelo Santander estimam que o C-390 pode adicionar ao banco de pedidos (backlog) da Embraer entre US$ 5 bi a US$ 20 bi. O valor corresponde a 2 a 8 vezes o backlog do segmento de Defesa e Segurança da empresa no quarto trimestre de 2023. O banco também avalia uma pequena chance de o avião penetrar no mercado dos EUA.

Por que o C-390?

Segundo os analistas, o sucesso do avião pode ser exemplificado em quatro itens:

1 – Uso de tecnologia de aviação de última geração (por exemplo, fly-by-wire, manutenção a bordo e sistemas de suporte de carga);

2 – Melhor desempenho operacional da categoria (transporta, em média, cerca de 29% mais cargas e consegue voar cerca de 15% mais rápido do que outros aviões de transporte de médio porte comparáveis);

3 – Um custo de ciclo de vida reduzido e acessível (engenharia feita para reduzir o ciclo de manutenção e o tempo de inatividade necessário); e

4 – A sua capacidade de mudar rapidamente a configuração da missão, uma vez que pode ser rapidamente transformado numa unidade aérea de combate a incêndios, num avião de busca e salvamento ou num avião-tanque (enquanto o seu concorrente é fabricado em quatro variantes diferentes, específicas e “bloqueadas”).

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