É crescente a quantidade de famílias que se mudam ou que planejam morar nos Estados Unidos. Para custar a sobrevivência no novo país, querem montar um negócio de qualquer natureza. E, para o meu espanto, muitos chegam sem qualquer tipo de estrutura ou sem saber por onde e como começar.
Muitos acham que uma padaria, por exemplo, tem demanda em todos os lugares e, na prática, não é assim. Não adianta vir com espirito aventureiro achando que tudo dará certo.
Mudar-se para qualquer lugar do mundo não significa apenas jogar tudo dentro de uma mala, comprar as passagens e dizer tchau. É necessário que se tenha uma consciência de que há outras pessoas e inúmeros fatores envolvidos como visto, moradia e trabalho.
Se a mudança também envolver a criação de um negócio, é preciso levar em consideração o auxílio de um profissional que tenha embasamento jurídico, que lidam com isto todos os dias. Esses são habilitados a munir essas famílias, ou empreendedores, de situações e necessidades reais, sem ilusões ou promessas.
Muitos brasileiros chegam atraídos com o sonho de ficar ricos, andar de jato particular. Posso afirmar que isso não existe mais. Não desta forma, até porque é preciso trabalhar muito para manter um bom padrão de vida e alguns costumes se confrontam com a cultura brasileira como horários, pontualidade, não ter um período determinado para o almoço entre outras coisas que, em um primeiro momento até chocam, mas depois é possível se habituar a elas.
E esse novo aprendizado faz parte de um exercício diário de superação. Entretanto, quem consegue ultrapassar essa fase prospera. Mas antes de tudo é preciso saber até onde disposto e preparado para começar uma nova história. E esse capítulo não dá para escrever somente com força de vontade e determinação.
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Pontos importantes
O primeiro ponto é saber exatamente como é o lugar para onde se deseja ir, ou seja, conhecer a fundo o país.
Aconselho a ficar ao menos 30 dias para conhecer comércio, escolas, moradias, mercados e tudo mais que estiver relacionado ao seu dia a dia e de sua família. Depois, se achar que os seus costumes estão alinhados com aquele novo estilo de vida, converse com um profissional para que ele analise todo o quadro e possa apontar qual tipo de visto pode ser aplicado e até mesmo qual país melhor atende as expectativas.
É muito comum grupo de empresários se reunirem para debater sobre esses temas e participar de uma roda destas, inicialmente, pode ocasionar um total desencontro de informações, gerando medo e ansiedade. Sempre tem alguém com palpite errado sobre isto. Então, mais uma dica, não comente com ninguém qual o seu status e vá até o final nos seus planos e siga o seu planejamento.
Outro erro muito comum: os recém-chegados sempre vão pela cabeça dos outros e seguem certas tendências. Por exemplo, brasileiro busca abrir empresa de manutenção de piscina ou limpeza. O meu conselho é ir atrás de coisas novas, e, de fato, empreender usando a criatividade. Pense no diferencial e faça algo diferente do que todo mundo está fazendo.
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Adaptação: um desafio para quem tem filhos pequenos
Além de todos os fatores já citados, há a questão da adaptação, principalmente para quem tem filhos pequenos. É preciso alinhar todas as questões de visto, negócio, moradia com o calendário escolar. O ideal é vir três meses antes do início do ano letivo.
Eu sempre mostro a realidade da forma como ela é e não de como as pessoas acreditam que seja. Um tempo atrás, conheci um casal que queria se mudar para os estados unidos. Na época, eles tinham dois filhos e a esposa estava esperando o terceiro.
A família possuía um montante de 20 a 30 mil dólares. Eu disse na época que com este valor, eles poderiam abrir uma empresa no Brasil e contratar uma consultoria para ajuda-los. Expliquei que, para uma família de cinco pessoas, é preciso no mínimo uma casa de três quartos. Isso significa, em um lugar barato, 1.200 dólares, lembrando que inicialmente esse valor é multiplicado por três por exigência do contrato de locação.
Há a compra de móveis, taxas de ativação das prestadoras de serviço. Somando, já estamos em quase 8 mil dólares de gastos. Se o marido ou esposa solicitarem visto de estudante, soma-se mais 1.500 da matricula e mais 500 da mensalidade. Na primeira semana já foram embora 10 mil dólares.
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Ficar e se estruturar, pode ser o melhor
Diante destes números, eu recomendei que ficassem no Brasil para se estrutura melhor, porque na pior das hipóteses, poderiam contar com o suporte da família. Mesmo assim, eles vieram.
A esposa teve uma complicação na gravidez e teve que ficar internada. O bebe nasceu e correu tudo bem, mas o hospital mandou uma conta de mais de 100 mil dólares, o que gerou uma série de outros problemas. Ficaram sem dinheiro, não conseguiram aplicação de visto e tiveram que ir embora.
A ideia com este artigo não é desmotivar ou tão pouco afirmar que esse sonho só é possível para quem dispõe de grandes quantias. Mas é preciso entender que a realidade americana mudou muito.
Antes, já na faculdade era possível solicitar o social security e ter acesso a linhas de crédito de até 50 mil dólares. Eu fico muito preocupado quando vejo pessoas vindo para os Estados Unidos pensando em uma realidade que não existe.
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Cuidado e prudência na hora de sair do país
Buscar o melhor é louvável, mas é preciso tomar muito cuidado, não existe um visto que se adapte as pessoas e sim o contrário. Há muita oferta de emprego, mas para quem está devidamente documentado.
Sair de onde estar para lidar com uma insegurança ainda maior, não é o caminho. Observe, estude, pesquise. Analise se migrar é realmente a situação ideal para você a sua família.