A petroleira Enauta (ENAT3) planeja usar a captação em operação com debêntures anunciadas neste mês, de 1,1 bilhão de reais, para avançar com o projeto do campo de Atlanta, na Bacia de Santos, e para se proteger contra oscilações do barril de petróleo, disse nesta quinta-feira o diretor-presidente da empresa, Décio Oddone.
O investimento em Atlanta definido em 2022 apontava anteriormente para 1,2 bilhão de dólares, com a previsão de um sistema definitivo de produção, com seis poços e um navio plataforma do tipo FPSO, disse o executivo.
Mas a compra do navio, que iria consumir cerca de 500 milhões de dólares, foi cancelada, de acordo com Oddone, pontuando que a empresa optou por afretar a embarcação.
“A emissão foi de 1,1 bilhão de reais e, como houve o afretamento e não a compra, temos recursos para o fluxo de investimentos em Atlanta e para um colchão de liquidez para companhia, para capital de giro e enfrentar flutuações de preços de petróleo comuns nesse mercado”, disse Oddone.
A perfuração dos poços já foi realizada e agora o campo está em fase de instalação de âncoras e de linhas de produção. “Tudo anda como era programado”, adicionou o executivo, a jornalistas, em evento da FGV, no Rio de Janeiro.
O executivo destacou que no momento a Enauta não pensa em novas captações, uma vez que já há recursos suficientes para Atlanta.
A expectativa é que o sistema de produção definitivo esteja pronto em meados de 2024, com capacidade para produzir 50 mil barris ao dia.
O petróleo de Atlanta tem baixo teor de enxofre e menos poluentes, tipo cobiçado para produção de bunker, combustível para navegação, disse Oddone.
“É um petróleo bem demandado e quem vai continuar extraindo no futuro é a empresa de baixo custo e menos emissão”, explicou ele. “Tem um baixo efeito de emissão equivalente.”