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Eneva ganha mais fôlego para leilão de capacidade com usinas compradas do BTG

Pelos cálculos da companhia, os novos ativos deverão permitir um aumento de sua receita líquida, para 12,6 bilhões de reais

por Reuters
3 min leitura
Gerador de Energia Elétrica (Imagem: Freepik/@ evening_tao)

A Eneva (ENEV3) se torna mais competitiva para o próximo leilão de reserva de capacidade com a compra de termelétricas do BTG Pactual (BPAC11), já que alguns desses ativos poderão disputar o certame e também trazem caixa imediato para a companhia reduzir sua alavancagem, disseram executivos da geradora nesta terça-feira.

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Em teleconferência para comentar a operação anunciada junto ao banco nesta manhã, os executivos da Eneva também reforçaram sua expectativa de que o governo irá realizar ainda neste ano um leilão para contratação de mais capacidade para o sistema elétrico brasileiro.

“A expectativa que a gente tem é de que o leilão aconteça nesse segundo semestre, até por conta da necessidade que o sistema tem de contratar capacidade para fazer frente à necessidade de confiabilidade”, disse Marcelo Lopes, diretor de marketing, comercialização e novos negócios da Eneva.

A licitação, que deverá gerar oportunidades para geradores termelétricos e hidrelétricos, estava originalmente prevista para ocorrer em agosto, mas o Ministério de Minas e Energia não publicou até agora as regras finais e um cronograma atualizado.

“Quando a gente olha as demandas máximas (de potência) que aconteceram em 2023 e já estão acontecendo em 2024, mesmo em períodos mais frios… O requisito de potência e a demanda por capacidade em 2027/2028 tende a ser maior do que aquelas (estimativas) feitas com base no último estudo da EPE”, avaliou Lopes.

A Eneva já vinha se preparando para disputar o leilão com térmicas e projetos próprios e, com a transação junto ao BTG, passará a ter em seu portfólio mais quatro termelétricas operacionais, algumas com contratos vencendo em 2025, e um novo “pipeline” de projetos de 3,3 gigawatts (GW).

A aquisição do portfólio de geração do BTG foi avaliada em 2,9 bilhões de reais, valor ainda sujeito a ajustes após diligências. Desse total, 1,76 bilhão de reais será pago em ações da Eneva, e outro 1,14 bilhão, pago com recursos do “follow on” anunciado nesta terça-feira, uma oferta que poderá chegar a 4,2 bilhões de reais.

(Imagem: REUTERS/Wolfgang Rattay)
(Imagem: REUTERS/Wolfgang Rattay)

Segundo a Eneva, a oferta secundária de ações tem valor base de 3,2 bilhões de reais, com garantia firme do BTG que já é um dos principais acionistas da geradora, com 23,3%, e poderá contar com um lote adicional de até 1,0 bilhão de reais, a depender da demanda de mercado.

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O presidente da Eneva, Lino Cançado, destacou na teleconferência que os novos ativos elevam a capacidade instalada total da companhia a 7,2 GW e abrem um novo “cluster” de negócios no Espírito Santo, onde estão três das novas termelétricas, podendo aproveitar a interligação com a malha da transportadora de gás TAG.

“A transação traz… a aquisição de ativos que são geradores de caixa no curto prazo, justamente naqueles anos em que a Eneva tem maior a necessidade de desembolso pelo seu programa de investimentos de projetos em construção”, acrescentou o CEO.

Pelos cálculos da companhia, os novos ativos deverão permitir um aumento de sua receita líquida, para 12,6 bilhões de reais, com base em números de 2023 e condições pro-forma e pré sinergias, e do Ebitda, para 6,1 bilhões de reais.

A companhia também estimou que sua alavancagem atingirá 2,6 vezes a relação dívida líquida sobre Ebitda, em base pro-forma, após a operação com o BTG e a realização do “follow on”.

“Com as duas operações que estamos pretendendo fazer, a alavancagem já vai para um patamar mais do que confortável… então esse ponto (da alavancagem elevada) vai estar mais do que superado”, disse Felippe Valverde, head de relações com investidores e M&A na Eneva.

A conclusão da operação com o BTG está prevista para ocorrer no quarto trimestre deste ano.

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